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Margareth Dalcolmo conta principais lutas e próximos planos

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Homenageada pelo Prêmio Hospitalar 2023 - Personalidade do Ano, a pneumologista se emocionou e deu detalhes sobre as causas em que está empenhada atualmente

Escolhida para receber o Prêmio Hospitalar 2023 - Personalidade do Ano, Dra. Margareth Dalcolmo esteve no último dia da edição comorativa de 30 anos. No entanto, pouca gente sabe da logística que ela empreendeu para brindar a feira com sua presença.

Pesquisadora sênior da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) e professora adjunta na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Dalcolmo esteve em uma conferência em Washington, na última semana, e alterou o voo de volta somente para prestigiar a Hospitalar.

“Não imaginei que fossem se lembrar de mim, fiquei muito supresa e comovida. Mudei meu trajeto para estar na cerimônia, a Waleska sabe disso. Além disso, me sinto muito bem em São Paulo, tenho amigos queridos, inclsuive alguns já receberam esta homenagem, como Eloisa Bonfá, Paulo Niemeyer e Drauzio Varela”, conta.

A premiação, que originalmente ocorre no primeiro dia da Hospitalar, destaca um profissional que tenha contribuído significativamente com o avanço da medicina, do atendimento médico-hospitalar e da qualidade de vida da população. Além de médica e pesquisadora, Dalcolmo exerceu papel fundamental na pandemia, combatendo informações falsas, conforme Dra. Waleska Santos, presidente e fundadora da Hospitalar, ressaltou na premiação.

Cigarro eletrônico

Há 45 anos na profissão, a pneumologista não para. No comando da SBPT, destaca a a luta contra a regularização do cigarro eletrônico. “É a nova desgraça que se abate, principalmente, sobre os nossos jovens. Conseguimos manter a proibição da regulamentação, a Anvisa não aprovou, mas entra uma grande quantidade no país por contrabando”, avalia.

Dalcolmo foi a primeira secretária da Comissão Anti-tabagismo do Ministério da Saúde. “O Brasil foi pioneiro na redução do número de tabagistas, acompanho este trabalho muito de perto”, relata. Por isso a pneumologista é taxativa.

“O cigarro eletrônico é uma falácia, não é uma maneira das pessoas terem um intermediário até parar de fumar. Pelo contrário, vamos criar uma nova legião de dependentes de nicotina e outras substâncias e metais pesados, que fazem parte do chamado tabaco aquecido”, explica.

Acesso a medicamentos

Há também outras prioridades, como a regularização e a incorporação de vacinas no calendário para adultos e crianças, além da luta pela aprovação dos medicamentos, chamados de terapia tripla para fibrose cística. “Estes medicamentos de alto custo salvam vidas. Nossos brasileirinhos precisam acessá-los, porque 75% dos que têm a doença não chegam aos 18 anos”, explica.

Transferência de medicamentos para asma e doença pulmonar obstrutiva crônica, doenças que atingem quase 30 milhões de brasileiros, também estão na pauta da SBPT. “Precisamos tirá-los do alto custo e encaminahar para Farmácia Popular, tornando o acesso mais fácil”, pontua.

A pneumologista afirma que são muitas frentes de trabalho, mas que não está sozinha. “Tenho uma diretoria composta por pessoas extremamente comprometidas com estas causas e estamos em um momento que considero profundamente favorável do Brasil. Existe uma qualidade de diálogo muito positiva junto à Anvisa, ao Ministério da Saúde e aos demais orgãos regulatórios”, reflete.

Haja fôlego e energia

Como se não bastasse a complexidade de cada pauta, Dalcolmo ainda atua na Fiocruz, tem vários projetos como docente, é consultora da Organização Mundial da Saúde (OMS) e mantém sua coluna quinzenal no jornal O Globo – um bálsamo para muitos durante a pandemia. Ela adiantou que vem novo livro por aí. O que está por vir? O jeito é aguardar para saber.