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IA, resultados remotos e wearables: a nova radiologia digital sem fronteiras

Article-IA, resultados remotos e wearables: a nova radiologia digital sem fronteiras

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Tecnologia traz maior precisão e rapidez no diagnóstico, além de segurança aos médicos e aos dados. Mas as organizações de Saúde devem se preparada para usar as novidades que vem por aí

Na medicina diagnóstica, o uso da inteligência artificial (IA) não é o futuro, mas, sim, o presente da radiologia digital. Hoje a tecnologia vai além da detecção precisa de patologias através da análise das imagens, permitindo até mesmo a identificação de populações mais propensas a certas doenças ou sintomas para que o diagnóstico seja antecipado.

Em 2019, por exemplo, o Google anunciou ao mundo sua ferramenta de IA para prever o câncer de pulmão em estágios muito iniciais, cerca de um ano antes do desenvolvimento dos primeiros sintomas. Comparado com radiologistas experientes, a máquina foi mais eficiente em detectar o risco por meio de imagens, o que comprova que o uso da IA, associada à experiência do médico radiologista, tem o potencial de aumentar a acurácia do resultado do exame.

“Com o tempo, as instituições de Saúde que usam a inteligência artificial para dar suporte ao radiologista na hora de laudar serão consideradas muito mais precisas pelo médico e pela população em geral”, acredita Ralph Couto, gerente de produtos da MV. E se há uma tendência de o cliente passar a escolher onde quer realizar seus exames a partir de uma vantagem tecnológica, as organizações de Saúde devem estar preparadas para isso.

Dados do estudo Painel Abramed - o DNA do Diagnóstico - edição 2020 apontam que o mercado de medicina diagnóstica na Saúde Suplementar movimentou R$ 36 bilhões, com a realização de 916,5 milhões de exames de diagnóstico durante 2019. Mas apenas 17,7% desse total foram retirados ou acessados pela internet, o que mostra uma das principais tendências de um setor que investe 8,2% de suas receitas brutas, principalmente, em máquinas e equipamentos e em tecnologias de informação e comunicação.

“A partir da pandemia, cresce o investimento das instituições de Saúde nos chamados portais de exames, nos quais o paciente e o médico têm acesso à imagem e ao laudo pela internet, até mesmo pelo celular. Tal facilidade já é muito usada para resultados remotos de exames laboratoriais, mas a tecnologia avançou para trazer inúmeras vantagens também a quem precisa visualizar a imagem”, reforça Couto, lembrando que a ferramenta permite que o gestor da Saúde monitore o portal de exames para saber quantos pacientes acessam seus resultados e se há, de fato, um engajamento nesse tipo de tecnologia.

Outra área em que a medicina diagnóstica concentra investimentos é na contratação de software de reconhecimento de voz para que o médico possa laudar com mais velocidade e segurança. Com essa ferramenta, o profissional de Saúde fala diretamente com a máquina e a digitação do laudo é feita a partir do uso de termos do dicionário radiológico. "Isso é fundamental, pois há alguns termos e palavras usados na radiologia que não estão no dicionário comum”, argumenta o especialista da MV. Com esse recurso, a produtividade pode aumentar em até 70%, especialmente porque economiza etapas de digitação e revisão final do laudo.

Serviços em nuvem são outra tendência importante na radiologia digital, já que garantem mais segurança de dados sensíveis, como são os de Saúde, a partir de backups contínuos, sem terem mais a necessidade de um espaço físico dentro da instituição para a instalação de maquinários. “Embora eles ainda não ofereçam 100% de segurança contra ataques hackers ao sistema de dados, pois apenas o investimento contínuo em TI conseguiria prevenir isso, os serviços em nuvem garantem que, em caso de invasões, os sistemas sejam instaurados mais rapidamente, em questão de horas, graças aos dados criptografados que são salvos em um backup virtual da máquina”, descreve Couto.

Agora, no pós-pandemia, também deve crescer de maneira acelerada o uso dos wearables para coleta de dados de saúde relevantes. Ralph Couto lembra que os smartwatches atuais já estão até calculando a saturação do oxigênio por causa da Covid-19: “Os relógios inteligentes de hoje ainda controlam o sono, os batimentos cardíacos e as atividades físicas, e muito em breve vão até mesmo ajudar a medir a glicose no sangue sem a necessidade de furar o dedo para acessar uma gota de sangue.”

Toda vez que uma doença nova surgir ou que um sintoma específico precise ser melhor controlado, haverá uma adaptação tanto dos sistemas de Saúde quanto dos gadgets usados para monitorar os dados. E toda essa informação será a chave para modelos de negócios em Saúde focados na tão falada medicina preventiva. “Já existem aplicativos voltados aos médicos que reúnem os dados compartilhados de pacientes e agregam essas informações em uma plataforma monitorada pelo especialista, para que haja o cuidado integrado da saúde”, explica Couto.

Com tantas ferramentas disponíveis, a nova radiologia digital será muito mais inteligente para encontrar achados mínimos em exames de imagem, seja de forma artificial ou não. “Os médicos já estão se preparando para adotar esse modelo preventivo e encontrar máscaras de laudos que mais lhe agradem para que possam, de fato, fazer uma radiologia com o seu jeito próprio, mas sempre priorizando a saúde do paciente”, finaliza o especialista.

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Por Renata Armas, redatora da agência essense