A velocidade com que a pandemia acelerou a digitalização e as tendências globais de tecnologia é sem precedentes e impactou diretamente o trabalho e a vida pessoal de todos. Além da conexão entre as pessoas se tornar mais digital que nunca, houve um aumento considerável no número de dispositivos conectados em fábricas, prédios e residências, a fim de criar construções mais inteligentes, eficientes e seguras.
Com o crescimento de volume de dados gerados nessa verdadeira revolução digital, não é de se estranhar que a demanda por refrigeração no espaço de data center tenha se intensificado. Segundo Pankaj Pathak, diretor global, gerente de produto e marketing da Schneider Electric, durante o webinar “Innovation Talk: HVAC para data center”, “o resfriamento é um elemento crítico para a operação de qualquer data center e infraestrutura de TI para garantir conectividade ininterrupta e confiabilidade de armazenamento. Eficiência e sustentabilidade são os pilares fundamentais para o bom funcionamento de qualquer sala de servidores.”
Veja mais no e-Book gratuito: Transformação digital e gestão de data center em ambientes de missão crítica
Refrigeração Líquida
Mas e como garantir uma refrigeração que, ao mesmo tempo, dê conta de tanta demanda e seja sustentável? Segundo David McGlocklin, da área de Estratégia & Inovação e Cooling da Schneider Electric, a refrigeração líquida desempenhará um papel cada vez mais importante nesse sentido. “A refrigeração líquida não aborda somente a questão da densidade, como também apoia a visão de sustentabilidade da Schneider Electric. O resfriamento líquido reduz o consumo de energia, o uso de água, ocupa menos espaço. Ele também pode funcionar em ambientes de TI mais severos e pode reduzir ou eliminar o ruído”, disse o especialista.
Segundo ele, uma típica infraestrutura de data center de refrigeração tem um resfriador a seco, ou um que fornece água quente no circuito primário, também conhecido como FWS (em português, Sistema de Água da Instalação) para uma unidade de distribuição de refrigeração. Esta fornecerá água à temperatura, pressão e química para os equipamentos de TI por meio do circuito secundário, também conhecido como TCS (na tradução, Tecnologia de Refrigeração do Sistema). Entretanto, de acordo com McGlocklin, os data centers não serão 100% refrigerados com água quente no futuro. “A maioria terá uma combinação de resfriamento a ar e líquido. Nem todos os componentes, por exemplo, UPSs, podem ser resfriados com água quente. Será necessário algum resfriamento a ar para remover o excesso de calor.”
A refrigeração do data center vem evoluindo em três aspectos importantes:
1. Tamanho e padronização
2. Sustentabilidade
3. Transição para o resfriamento líquido
De acordo com Maurizio Frizziero, diretor de Inovação & Estratégia da Schneider Electric, ter unidades muito maiores e mais equipamentos do que havia no passado é uma tendência chave. Entretanto, tamanho é apenas uma parte dessa evolução. “É impossível que o centro de dados não esteja causando e venha causar muito impacto em todo aspecto do nosso planeta. Ele tem que consumir menos energia, materiais e água. E isso é o que está sendo desenvolvido e será o futuro”, diz o especialista.
Ter um centro de dados sustentável, segundo Frizziero, significa:
- Minimizar o uso de energia e seguir para a reutilização: a transição para a refrigeração líquida para conseguir eficiência, por exemplo.
- Reduzir as emissões de gases de efeito estufa: com a migração para refrigeradores naturais com abordagem de ponta-a-ponta.
- Reduzir a dependência e o uso de energia e de água: com sistemas adiabáticos (eles captam o ar externo, que passa por um processo de filtragem e resfriamento).
- Ter uma visão holística: com análise de ciclo de vida, abordagem de economia circular durante o projeto, além de produtos e certificações verdes.
A migração para refrigeração líquida, no entanto, não deve acontecer imediatamente, e, sim, em cerca de 10 anos.
Saiba mais: 3 casos de sucesso da transformação digital no data center
