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6 forças determinantes para a inovação em saúde

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Querer inovar basta? Que forças além das dificuldades internas de desenvolvimento de produto afetam a inovação em saúde?

Para que a inovação em saúde aconteça, infelizmente, não somente a boa vontade do empreendedor ou da empresa responsável é suficiente para que um produto ou serviço seja desenvolvido, adotado e difundido.

Quando falamos de inovação para a indústria de saúde, algumas forças influenciam e muitas vezes impedem a criação de um novo projeto. Dentre essas forças, segundo Regina Hezlinger, em texto na Harvard Business Review, temos os players da indústria, o financiamento, as políticas públicas, a tecnologia, os consumidores e a accountability (Prestação de contas, governança).

Cada um deles, individualmente ou em conjunto, podem influenciar os diferentes tipos de inovação que vemos nas organizações:

Players

Um dos exemplos mais óbvios de desintegração entre os players no cenário brasileiro seria a adoção de tecnologia por parte do prestador de serviço e a não-cobertura ou a glosa vinda da operadora. As agendas dos stakeholders são diferentes e, infelizmente, apressar o desenvolvimento de forma desestruturada para conseguir ter o equipamento mais inovador pode ser um tiro no pé.

É evidente que algumas soluções reduzem custos para diferentes players e, por isso, são mais fáceis de serem adotados, como caso do monitoramento remoto que reduz custos operacionais e já está sendo adotado por algumas operadoras.

Por isso, ter uma agenda de conversa entre os players e entender o funcionamento e as necessidades da cadeia de valor da saúde podem ser aspectos decisivos para uma boa estratégia de inovação.

Financiamento

Segundo Regina, a inovação apresenta dois desafios em termos de financiamento: o primeiro envolve o desenvolvimento do projeto em si e o segundo se trata de quem vai pagar - e quanto - pelo uso do produto ou serviço criado.

Outro ponto válido é a diferença entre os setores da saúde em relação aos ciclos de criação de novidade. Enquanto uma empresa de TI pode ter um produto no mercado em menos de um ano, a pesquisa e o desenvolvimento de uma droga podem demorar uma década. Por isso, startups e pequenas empresas conseguem investir e criar mais valor em setores de saúde digital que em setores como biotecnologia. Certamente, é uma questão de segurança e garantia de eficiência do novo medicamento, mas é preciso ter em mente que os altos custos e a rica estrutura necessária para a criação dos mesmos pode aumentar o gap temporal entre uma droga ser descoberta e estar disponível no mercado.

Política

As políticas públicas, sejam elas de regulamentação ou de isenção/estímulo financeiro podem estimular determinadas áreas, como a regulação da entrada de capital estrangeiro, a criação de uma política de compra de medicamento conjunta entre países do Mercosul ou, ainda, o corte de financiamento para a saúde, podendo influenciar negativamente nas ilhas de excelência que conhecemos no Brasil.

É de extrema importância, portanto, que startups, empresas com estratégias de inovação e as instituições de saúde, no geral, entendam o ambiente político-econômico no qual estamos inseridos para depois não haver conflitos legais com o que está sendo criado.

Tecnologia

Aqui entramos em uma parte bem mais atual que os desafios encontrados com financiamento, players e políticas públicas. A tecnologia como estratégia de vantagem competitiva precisa de um estudo detalhado para entender a hora certa de ser implantada. Segundo Regina, a movimentação muito rápida e brusca pode evidenciar uma falta de estrutura para apoio da inovação e, por outro lado, a espera muito longa pode ser tarde demais para que aquela inovação seja uma vantagem competitiva para a empresa.

Ela ainda traz um exemplo bastante interessante sobre a criação da vacina de poliomielite, mostrando que seu desenvolvimento eliminou a necessidade não só de drogas para a doença, mas de devices e serviços que eram oferecidos para o tratamento dos pacientes. Ou seja, a competição não existe somente entre uma mesma categoria de produtos, mas, na verdade, entre todos os players do setor.

Clientes

O paciente mudou. Isso pode ser visto de diferentes perspectivas, seja ela a de Carlos Ferreirinha, no Saúde Business Forum, dizendo que “o paladar não retrocede” e que o cliente com expectativas altas não se contenta com um serviço mal prestado ou, ainda, das operadoras, que têm investido em produtos para os consumidores se tornarem mais engajados e responsáveis por sua própria saúde.

Portanto, as empresas que reconhecem a importância do consumidor e passar a trabalhar à favor dele, com certeza, ganham a corrida da inovação.

Prestação de contas

A prestação de contas da inovação ainda é muito recente e precisa ser mais estruturada. Por exemplo, só em 2010 o FDA publicou a regra final, solicitando estudos de segurança como pré-requisito para a aplicação de uma nova droga na agência. Hoje, a necessidade de comprovação de segurança a longo termo e, claro, de estudos de custo-efetividade são de altíssimo valor para a indústria da inovação. Principalmente, para a fase de massificação do produto em adoção, por exemplo, no Sistema Único de Saúde.

Ser resiliente, se adaptar rapidamente e acreditar que a inovação em saúde pode resolver muitos problemas que encontramos hoje no sistema de saúde são fatores imprescindíveis para o desenvolvimento do setor e maior criação de valor para o paciente.

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