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Engajamento em chamas!

Article-Engajamento em chamas!

Desafio-6
A novidade na área de Saúde às vezes também parece que é um problema.

Atenção!

Um meteoro atingirá em cheio o planeta Terra.

Se sua estratégia de engajamento de pacientes é mais um dinossauro prestes a entrar em extinção pedimos que leve esse momento na esportiva.

Afinal, essas coisas sempre aconteceram. Não é a primeira vez e não deverá ser a última.

OK, foi rápido demais, podíamos ter avisado antes

Mas nós avisamos. Você deve lembrar.

Sim. Sabemos que muitos poderão se adaptar: fugir para a água, virar um anfíbio, uma criatura híbrida...sei lá.

Mas não se iluda: os velhos tempos estão com os dias contados. Já eram, não se iluda.

Eu sei, irão questionar a evolução natural do paciente.

Reclamar da falta de leis, regulamentações, compliances...pedir mais regras para um jogo que ainda não se sabe nem ao certo como será jogado.

Mas nós alertamos!  As leis da natureza são mais fortes que as regras do seu negócio.

Com ou sem a publicação da lei da gravidade, as maçãs continuariam caindo das árvores.

Exemplos não faltam.

O e-mail não foi criado por um decreto dos Correios.

O MP3 não surgiu para atender a uma exigência das gravadoras.

Nem o Uber surgiu em acordo com as cooperativas dos taxistas.

Nem o Netflix em cooperação com as emissoras de TVs.

Nem o Whatsapp com as operadoras de telefonia.

Nem o Waze com as CETs.

(Quantas outras maçãs estão prestes a cair nesse momento?)

A turma do “deixa disso”, claro, sempre surge nesse roteiro de forma atrapalhada, tentando segurar o foguete pelo pavio já aceso ... e vez por outra nos oferece momentos ímpares de comédia e espanto.

Você deve lembrar de alguns casos.

Houve uma época, por exemplo, em que os atos de guiar um carro e usar um telefone celular eram incompatíveis, uma promessa de grande confusão no trânsito.

Hoje parecem ser a solução do mesmo.

O mesmo vale para as agências bancárias. Continua sendo proibido falar no smartphone em suas dependências para evitar o envio de possíveis informações para assaltantes do lado de fora.

Mas é permitido enviar mensagens pelo Whatsapp (talvez com mais riqueza de detalhes, quem sabe?).

E o que não dizer sobre a proibição de postar fotos diretas dos estádios no Twitter? (hoje qualquer pessoa transmite uma partida ao vivo utilizando um Live da sua preferência).

Sim, você já percebeu.

A lista é longa e em algum momento o anacronismo já deixou seu rastro na trajetória da sua empresa.

Mas o problema é que dessa vez parece que o meteoro vem debaixo.

Ele não é uma exigência de governos, de acionistas, do CEO, mas uma reação natural das pessoas comuns aos avanços incessantes e onipresentes da revolução digital.

Sim, enquanto todos corriam de um lado para o outro o paciente lentamente mudava de direção (só que não era a direção que todos pensavam).

Tentaram faze-lo adotar hábitos saudáveis, utilizar melhor seu plano de saúde, seguir as ordens do médico, não deixar de tomar seu medicamento.

Mas quem remodelou o comportamento dele, no final das contas, acabou sendo a internet (e quantos gestores de saúde passaram anos dizendo que isso era um absurdo, lembra?).

O fato é que hoje uma pessoa se engaja na saúde com base em vídeos que assiste no youtube, interações que tem em suas comunidades online, sugestões de seu mecanismo de busca, notificações que recebe de seus aplicativos móveis, infográficos que aparecem em seu feed, dados coletados pelos seus vestíveis e muito, muito mais.

Tudo quase de graça!

Enquanto isso os especialistas telefonam, mandam cartas, telefonam, marcam um encontro presencial, telefonam...e telefonam mais um pouco.

Nem sempre isso é barato!

O resultado você já conhece: taxas de drop out de dois dígitos na adesão medicamentosa, ações de promoção de saúde de resultados insignificantes, abandono de tratamento médico, resultados de exames caros parados na gaveta, coordenação da demanda em total descompasso com a realidade...

Enfim.

Muitos irão preferir seguir reclamando dos velhos problemas (enquanto se recusam a encarar sem medo as soluções novas).

A novidade na área de Saúde às vezes também parece que é um problema.

Mas não esqueça de uma coisa: aquele meteoro continua se aproximando da Terra.

E nada irá evitar que muita gente séria e competente, infelizmente, seja confundida com um dinossauro na hora que ele atingir em cheio o nosso setor.

Istvan Camargo é especialista em engajamento de pacientes. Foi membro do Comitê Científico da Health 2.0 Latam e residente digital do Centro de Mídias Sociais da Mayo Clinic / USA. Atuou como Chief Innovation Officer do Grupo Notredame Intermédica. Realizou palestras sobre o tema em conferências como Social Media Week, Campus Party e HIS. Em 2012 fundou a primeira rede social de saúde do país onde tem realizado projetos para Laboratórios Farmacêuticos, PBMs, Grupos de Apoio a Pacientes, dentre outros, engajando grupos de pacientes das mais diversas patologias.