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Health Techs: cultura e tecnologia andam juntas

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O setor de saúde é um dos mais regulados do mundo. Qualquer transformação significativa neste mercado implica em validar diversas regulações e isso não é uma tarefa simples. No entanto, com todas as mudanças que a pandemia nos trouxe, está cada vez mais comum perceber as palavras “transformação” e “saúde” na mesma frase, e esse é justamente o desafio das health techs.

Esse modelo de negócio tem levado ideias disruptivas para a área de saúde e, com isso, ajudado a inserir tecnologia em processos antes realizados analogicamente.

Por processos, entendemos que a transformação digital não atinge apenas a parte “mecânica” do setor, como equipamentos ou entrega de sistemas, por exemplo. Ela revela um propósito muito maior: melhorar a experiência do paciente como um todo.

Dessa forma, o desafio das startups nessa área vai além da tecnologia, ou seja, implica em uma mudança de cultura pautada na responsabilidade por milhares de vidas. É preciso rever modelos de negócios e formas de pensar, bem como saber comunicar o que se pretende para toda a cadeia – profissionais da área, pacientes e reguladores.

Por outro lado, cabe ressaltar a necessidade das consultas presenciais, uma vez que não são todas as especialidades e todos os casos que podem ser resolvidos remotamente, apesar dos grandes avanços em telemedicina, afinal o isolamento social imposto está demonstrando que existem sim “consultas que poderiam ser uma chamada”.

Em Portugal, por exemplo, a triagem e o encaminhamento para os centros de saúde são feitos por meio de contato telefônico, em que o utente do Serviço Nacional de Saúde (SNS) relata o que está sentindo e o profissional do outro lado da linha o encaminha para a consulta mais adequada. Assim, tanto o paciente quanto o próprio SNS evitam o custo de tempo e de recursos financeiros decorrentes de deslocamentos presenciais. Bom para quem fornece o serviço, bom para quem desfruta dele.

Já no Brasil, as consultas por meio de videochamadas foram regulamentadas neste ano, para evitar que pessoas se desloquem a hospitais ou clínicas desnecessariamente. Não estávamos totalmente preparados para essa demanda, mas o setor está se ajustando de acordo com as necessidades. É provável, portanto, que ainda vejamos um boom de iniciativas em telemedicina no Brasil.

A colaboração entre os players da saúde e suas contrapartidas tecnológicas são passos fundamentais para a verdadeira transformação digital no setor. Unir a expertise e a cultura da inovação, sem dúvida, rende bons frutos, ainda mais quando a regulamentação consegue acompanhar a velocidade das novas demandas.

Sobre o autor

Kleber Santos é VP de Transformação Digital e Inovação no Grupo FCamara