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O que muda na relação entre o homem e a máquina?

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Gartner revelou dez previsões tecnológicas que vão afetar não só as estruturas das organizações, mas a forma de prestar serviços – inclusive em Saúde

O Gartner revelou suas principais previsões para o setor de Tecnologia da Informação (TI) em 2015 e nos próximos anos. As tendências apontadas pelo instituto de pesquisas indicam uma mudança nas antigas relações entre o homem e a máquina devido ao surgimento de negócios digitais – o que afeta significativamente também o setor de Saúde.

"Há algum tempo registramos mudanças em curso nos papéis que as máquinas desempenham em nossas vidas", comenta Daryl Plummer, vice-presidente e analista do Gartner. "Máquinas baseadas em computação serão agora usadas para experiências que ampliam os esforços humanos. Elas assumem características mais humanas e criam um relacionamento mais personalizado com os seres humanos”, completa. Segundo ele, esse cenário mostra que, em um futuro próximo, máquinas e seres humanos serão colegas de trabalho e, possivelmente, até mesmo codependentes.

Veja abaixo dez previsões do Gartner para os próximos anos:


1) Em 2018, negócios digitais vão demandar 50% menos trabalhadores focados em processos de negócios e 500% mais profissionais para tarefas-chave de negócios digitais em comparação com os modelos tradicionais
No final de 2016, 50% das iniciativas de transformação digitais serão incontroláveis devido à falta de competências de gestão de portfólio, levando a uma perda de market share por parte das empresas. A rápida evolução das mídias sociais e de tecnologias móveis vão conduzir o comportamento do consumidor. Essas tendências vão mudar significativamente a forma como vivemos. Por exemplo, geladeiras vai solicitar alimentos assim que eles acabaram, robôs vão recolher os mantimentos e drones vão entregá-los em sua casa, eliminando a necessidade de funcionários em supermercado e motoristas para entrega. O novo ambiente de negócios digital irá mudar profundamente os processos de negócios.

2) Em 2017, um negócio digital disruptivo será criado a partir de um algoritmo de computador
Até 2015, a previsão do Gartner é a de que as ofertas públicas iniciais de ações (IPOs) mais valorizadas envolverão empresas que combinam mercados digitais com logística física para desafiar ecossistemas empresariais legado físicos.
A economia mundial tornou-se madura para a disrupção digital, como evidenciado por empresas como Uber e Airbnb, que estão interrompendo o transporte terrestre e hotéis, respectivamente. Uma vez que tais companhias apresentam efeitos de rede (ou seja, seu valor aumenta a cada novo participante) tendem a formar monopólios naturais, mas são desafiadas por uma dinâmica de regulação e de um mercado complexo.

3) Em 2018, o custo total de propriedade para as operações de negócios será reduzido em 30% com o apoio de máquinas inteligentes e serviços industrializados
De acordo com o Gartner, em 2015, haverá mais de 40 fornecedores com ofertas de serviços gerenciados disponíveis no mercado, aproveitando máquinas inteligentes e serviços industrializados.

Consumidores querem obter melhores produtos e serviços a qualquer hora, em qualquer lugar e em qualquer canal. Esse quadro está alimentando a revolução de negócios digitais. Os processos de negócio e de toda a cadeia de valor vão mudar de um paradigma baseado em trabalho e habilitado para a tecnologia para um modelo baseado no digital e habilitado para o humano.
Máquinas inteligentes não vão substituir os seres humanos, já que pessoas são fundamentais para a interpretação de resultados digitais. A preferência dos consumidores será pelo mundo digital. Por isso, empresas vão direcionar esforços para melhorar a experiência do cliente por meio da simplificação e da automatização. Processos também serão mais inteligentes, minimizando intervenções manuais e permitindo ao consumidor o autoatendimento.

4) Em 2020, a expectativa de vida em todo o mundo vai aumentar meio ano devido à adoção generalizada da tecnologia de monitoramento de saúde sem fio
Em 2017, acredita o Gartner, os custos com cuidados para diabéticos vão cair 10% a partir do uso de smartphones.
Monitores wearables vão sustentar essa promessa. Hoje, uma pulseira simples pode colher dados sobre batimento cardíaco, temperatura, entre outros. Monitoramento cardíaco sem fio, camisas inteligentes e sensores em acessórios prometem ter mais precisão. O Gartner espera que dados de dispositivos de monitoramento remoto forneçam informações valiosas para pacientes e médicos.

6) Em três anos, 50% da receita do comércio digital dos EUA virá do mobile
A curto prazo, isso significa que o pagamento móvel ganhará impulso em 2015, juntamente com a expansão do mobile commerce – que será motivada em grande parte pela entrada do sistema de pagamento mobile Apple Pay no mercado, bem como outros concorrentes, e pela ampliação dos esforços do Google para aumentar a adoção do Google Wallet, baseado em NFC.
O fato é que os dispositivos móveis serão cada vez mais utilizados para a realização de transações à medida que fabricantes e desenvolvedores de aplicações consigam aperfeiçoar questões de usabilidade, funcionalidade e segurança. Por sua vez, provedores de serviços e varejistas deverão ser capazes de oferecer experiências de compra conectadas, independente do canal escolhido.

7) Em 2017, cerca de 70% dos modelos de negócios digitais bem-sucedidos serão baseados em processos flexíveis o suficiente para se adequarem conforme as necessidades dos clientes mudam
Até o fim do próximo ano, 5% das organizações de todo mundo desenharão processos flexíveis que irão garantir vantagem competitiva, estima o Gartner. Esses processos instáveis e capazes de serem manobrados facilmente, como descreve a consultoria, serão criados para se ajustarem às necessidades dos consumidores de maneira ágil. Eles são fundamentais para apoiar interações imprevisíveis do consumidor que, por sua vez, exigem a tomada de decisões para capacitar a continuidade dos processos mais rígidos. Isso contribuirá para a criação de uma organização capaz de mudar de maneira mais fluida para alcançar o sucesso do negócio digital.

8) Em três anos, metade dos investimentos em produtos de consumo será redirecionado para inovações na experiência do consumidor
O Gartner aponta que já no fim do próximo ano metade dos produtos tradicionais de consumo terão extensões digitais nativas. A competividade, que antes era definida por vantagens oferecidas em produtos e serviços tradicionais, hoje é decidida pela experiência de consumo ofertada. No mercado de produtos de consumo essa pressão é ainda maior, já que hoje consumidores conseguem acesso a informações sobre produtos e preços de commodities de maneira muito fácil, prejudicando a fidelidade à marca. Considerando que não faltam alternativas concorrentes e que a inovação dos produtos está sujeita à maior comoditização, inovar na experiência oferecida ao cliente será a chave para garantir fidelidade.

9) Em 2017, quase 20% dos bens duráveis oferecidos por varejistas on-line vão usar impressão 3D para criar ofertas personalizadas de produtos
Em alternativa a processos fabris tradicionais, a impressão 3D permite a entrega de produtos mais personalizados e customizados com mais agilidade. O recurso já apresenta profundo impacto sobre a ativação de startups, especialmente no que diz respeito à redução dos custos de infraestrutura. É um novo sistema de negócio que exige uma cultura corporativa capaz de suportar produtos com outras conformidades, capacidades de criar novos escritórios "concierge", back office de TI e operações.

10) Em 2020, as empresas de varejo que utilizam mensagens direcionadas combinadas com sistemas de posicionamento internos (IPS) aumentarão as vendas em 5%
Segundo o Gartner, até 2016 veremos um aumento no número de ofertas dos varejistas baseadas na localização do cliente e no tempo de permanência deles na loja. O marketing digital aposta cada vez mais em publicidade móvel e análises avançadas para aproveitar as oportunidades trazidas pelo aumento do uso de dispositivos móveis. Hoje é possível criar anúncios altamente direcionados com base em compras recentes, hábitos de compra, cidade de residência e interesses. Nesse contexto, a localização atual do cliente é um das mais importantes pistas, mas que ainda tem sido pouco aproveitada.
À medida que sistemas de posicionamento internos (como beacons) se popularizam, os profissionais de marketing vão direcionar cada vez mais suas ações pela localização do cliente na loja. Além disso, o IPS presente dentro dos dispositivos móveis mais recentes permitirá identificar a localização para enviar sugestões por meio de anúncios e mensagens direcionadas.