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Prontuário Eletrônico do Paciente: 4 passos para implantá-lo em 2017

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Um dos primeiros passos rumo ao Hospital Digital, segundo a HIMMS, PEP acaba com papel e garante maior segurança ao paciente

O Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP), um dos principais temas abordados no universo da tecnologia da informação de Saúde em 2016, ainda representa uma perspectiva distante para boa parte dos hospitais brasileiros, em especial àqueles de pequeno e médio portes. Contudo, com a estruturação e aplicação de um planejamento, é possível trabalhar em 2017 para que a ferramenta esteja implementada e funcionando já em 2018.

Em primeiro lugar, é preciso ter em mente que o Prontuário Eletrônico do Paciente entrou nos hospitais como uma solução para otimizar a rotina administrativa, gerindo leitos, registrando altas e garantindo que a prescrição fosse acessível. Com o passar do tempo, o mercado evoluiu e passou a ver o conceito como uma forma de proporcionar mais segurança ao paciente, com checagem de medicação beira leito, alerta de exames e suporte à decisão clínica. Esse movimento é conduzido, especialmente, pelo modelo de Hospital Digital da HIMSS (Healthcare Information and Management Systems Society, ou Sociedade de Informações e Sistemas de Gestão em Saúde), cujos oito níveis de status de evolução tecnológica compõem, atualmente, a principal metodologia de maturidade digital em Saúde.

Veja, na sequência, os quatro passos para que o projeto, ou boa parte dele, seja implementado ainda neste ano:

  • Planejamento factível: em entrevista concedida recentemente ao Editorial MV, Heitor Gottberg, consultor e sócio da consultoria Folks, detalhou que o período médio de implantação do sistema leva de 12 a 18 meses. Portanto, é essencial que os gestores da entidade se aliem ao departamento de TI e à equipe técnica para montar um planejamento realista, considerando a maturidade tecnológica do hospital, e com etapas bem estruturadas. É importante contar com um líder do projeto, que verifique se o cronograma está sendo seguido e quais problemas devem ser solucionados para evitar atraso na entrega.

  • Legado: o legado tecnológico de Saúde no Brasil é conhecido por ser, em grande parte, composto por ferramentas caseiras e obsoletas. É preciso fazer as adaptações necessárias nesse ambiente para que o PEP seja suportado e aproveitado da melhor maneira, de forma a evitar que o investimento na tecnologia seja considerado mais um problema do que uma fonte de soluções e facilidade de gestão.

  • Cultura: preparar a equipe, especialmente o corpo clínico, é essencial para minimizar as barreiras culturais comuns à mudança de processos em qualquer empresa. Para isso, é necessário  fornecer treinamentos aos  colaboradores para mostrar  que as funcionalidades presentes no Prontuário Eletrônico do Paciente ajudarão no dia a dia e não serão uma forma de o hospital cercear a atuação e autonomia de seus médicos, enfermeiros e demais membros de atendimento. O médico, em especial, deve identificar a ferramenta como algo benéfico, para que ele se torne um defensor e facilitador do processo de mudança.

  • Escolha do sistema: existe uma oferta extensa de PEPs no mercado que, segundo Marcelo Lúcio da Silva, diretor executivo da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (Sbis), tem boa parte composta por produtos sem Certificação Sbis/CFM. O  hospital deve ficar atento a esse ponto, já que a chancela garante que a solução possui, entre outras coisas, o Registro Eletrônico em Saúde (RES), que é um repositório de informação a respeito da saúde de indivíduos, numa forma processável eletronicamente; e arquitetura bem estruturada, que promova a qualidade das informações. Dentre as opções certificadas, ainda é preciso mais mineração para se chegar à opção final, que deve, acima de tudo, se adequar à estrutura, porte e áreas que se pretende informatizar. É importante que a ferramenta final represente o mínimo impacto da equipe de atendimento.

O fim do papel, permitido pelo PEP, é um dos primeiros passos para atingir o status de Hospital Digital, segundo a HIMMS. Construir a base para essa tecnologia em 2017 representa um preparo para passos mais largos rumo à digitalização da Saúde, promovendo melhores resultados e garantindo mais segurança do paciente.