No sentido prático e teórico, uma palavra que pode descrever a personalidade do presidente do Centro Diagnóstico Schmillevitch, Joel Schmillevitch, é fidelização. Na teoria, ele enfatiza que encantar as pessoas e passar-lhes segurança é a melhor forma de mantê-las por perto. Na prática, esse sentimento foi o responsável pela motivação para abrir sua rede de laboratórios e, desde então, tornou-se uma das suas principais estratégias para manter-se competitivo no mercado de medicina diagnóstica.
 
Graduado pela Faculdade de Medicina de Mogi das Cruzes e especialização em ultrassonografia, Joel trabalhava como chefe do serviço de ultrassonografia no Hospital A.C Camargo, em São Paulo, quando decidiu montar o laboratório.
?Naquela época, além de trabalhar no hospital, eu possuía um consultório próprio e os médicos me procuravam para fazer os exames comigo. Percebi que essa era uma boa oportunidade para abrir o meu negócio?, lembra.
O empreendimento foi inaugurado em1982, primeiramente na rua Itapeva, no bairro da Bela Vista. Com apenas três funcionários e um aparelho de ultrassom, o executivo conta que foi trabalhando ao longo dos anos para expandir e fidelizar os médicos e pacientes que procuravam seus serviços, expandindo assim a atuação do laboratório.
Os anos se passaram e o laboratório então migrou para avenida Angélica, local que tornou-se a matriz do negócio. De três funcionários cresceu para 300, atuantes em outras seis unidades do Centro Diagnóstico Schmillevitch, todas localizadas na capital paulista.
Mesmo com a expansão dos endereços, Joel afirma que seu laboratório não tem pretensão de realizar um número elevado de exames e sim valorizar a qualidade das análises feitas. Para ele, esse é o segredo da fidelização.
?Primamos pela qualidade e não volume de atendimento. Por isso, procuramos ter um relacionamento personalizado com o público. Temos pacientes que fazem exames conosco há mais de vinte anos. Alguns clientes, quando agendam seus exames, pedem para ser atendidos por médicos que já conhecem. É esse tipo de convivência que deve ser valorizada na saúde?.
Isso porque, na opinião de Joel, atender grandes volumes pode fazer com que o laboratório peque no atendimento. ?Muitas vezes, uma empresa muito grande não tem como direcionar seus exames?, explica sobre a dificuldade de gerir alto volume com atendimento de qualidade. ?Em um momento de fragilidade na saúde, o que um paciente mais procura é alguém que lhe passe confiança?, completa.
Ainda como principal administrador da instituição, Joel continua atendendo pacientes e acredita que, desta forma, mantém a equipe motivada e mostra dedicação aos pacientes.
Tecnologia
Adquirir equipamentos para melhorar a experiência dos pacientes também tem sido uma das ferramentas utilizadas. Para personalizar o atendimento, o laboratório foi o primeiro a trazer para o Brasil o equipamento de ultrassom doppler colorido e a máquina de ultrassom 3D, utilizada para a realização de exame de elastografia (alternativa à biópsia de fígado para pacientes com doenças hepáticas crônicas).
A mamografia digital também é utilizada na instituição.?Esse aparelho possui sensibilidade mais elevada entre as mulheres com menos de 50 anos, pacientes com mamas densas e também pessoas que estão no período pré-menopausal ou peri-menopausal?.
O centro de diagnóstico adquiriu recentemente a tomografia multislice. O equipamento atua realiza até 8 cortes por segundo em reconstrução 3D.
Olhar atento
Com uma gestão familiar, o Schmillevitch não se rendeu às fusões e aquisições do mercado, embora não descarte essa possibilidade. ?Está nos nossos planos discutir fusões e aquisições, mas acredito que esses trâmites causam desconforto nas operadoras. Os clientes e a classe médica também reclamam do atendimento realizado?.
Com uma projeção de crescimento de 15%  para 2012, Joel acredita que, por enquanto, a empresa tende a continuar com poucos sócios.
A maior parte de atendimento do Schmillevitch provém da saúde suplementar, realizando atendimento às cooperativas, convênios e seguradoras.
O laboratório também presta atendimento às clínicas particulares e possui um plano de pagamento particular com desconto para pacientes sem plano de saúde. No setor público, o laboratório realiza um serviço de apoio às prefeituras, recolhendo os exames e trazendo para São Paulo, para a realização de análises clínicas.
Otimista com o futuro, Joel diz que pretende expandir a atuação em São Paulo e adquirir novos equipamentos e tecnologias.