O Centro de Pesquisa em Imuno-oncologia (CRIO) anunciou a ampliação de suas atividades, passando a incluir em seu portfólio de estudos três novos tipos de câncer: próstata, endométrio e mieloma múltiplo — este último, o primeiro tumor hematológico a integrar a base de pesquisa do centro. Com a novidade, o CRIO passa a investigar oito tipos de tumores, que já incluíam cólon, colo do útero, pulmão, ovário e cavidade oral.
Inaugurado em 2022, o CRIO tem como objetivo descobrir e validar novos alvos imunorregulatórios com potencial para impulsionar avanços no tratamento do câncer e no desenvolvimento de biomarcadores. A proposta é contribuir para melhorias nos desfechos clínicos e fortalecer o ecossistema de inovação científica no Brasil.
Expansão da imunoterapia e busca por tratamentos mais eficazes
O centro faz parte do programa global Trust in Science, da GSK, e é liderado no Brasil pelo Hospital Israelita Albert Einstein, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). A iniciativa também conta com a cooperação do A.C. Camargo Cancer Center e do Hospital Dr. Gilson de C. Marques de Carvalho — unidade municipal gerida pelo Einstein e que abriga o Centro de Alta Tecnologia em Diagnóstico e Intervenção Oncológica Bruno Covas.
As pesquisas do CRIO buscam superar as limitações atuais da imunoterapia oncológica, que embora seja uma opção em cerca de 40% dos casos, apresenta respostas efetivas em apenas 13% dos pacientes. “Buscamos identificar moléculas, vias ou células com potencial terapêutico para ativar uma resposta imune antitumoral e encontrar biomarcadores associados à resposta. Para isso, utilizamos abordagens multiômicas na descoberta de novos alvos e biomarcadores, com foco em tratamentos mais eficazes e personalizados”, explica o Dr. Kenneth Gollob, chefe do Laboratório de Imuno-oncologia Translacional do Einstein e diretor do CRIO.
Parceria científica internacional impulsiona descobertas
O programa Trust in Science, lançado no Brasil em 2011, é uma parceria público-privada da GSK voltada à identificação de novos alvos terapêuticos e à descoberta de medicamentos e biomarcadores. A iniciativa, atualmente ativa em quatro países da América Latina, já apoiou 70 colaborações científicas e resultou na publicação de 102 artigos científicos. Kevin Madauss, diretor de Pesquisa & Desenvolvimento e líder da iniciativa na GSK, destaca: “Trust in Science é um modelo colaborativo que une o conhecimento científico da GSK aos principais centros acadêmicos para aprofundar a compreensão da biologia das doenças e impulsionar o desenvolvimento de novos medicamentos”.
Iniciativas como essa fortalecem o ecossistema de inovação no Brasil
A colaboração entre indústria e academia, segundo os envolvidos, tem o potencial de acelerar o desenvolvimento de tecnologias e terapias inovadoras. A atração de investimentos privados complementa os recursos públicos disponíveis para pesquisa, contribuindo para ampliar as oportunidades de inovação e fortalecer a posição do Brasil no cenário científico global.
“Esse é mais um exemplo de como temos contribuído com a saúde no país. A GSK é a multinacional farmacêutica que mais investe na área no Brasil, e fomentar ciência, pesquisa e desenvolvimento é uma das nossas prioridades”, afirma Patrick Eckert, presidente da GSK Brasil.