Desde as primeiras linhas escritas sobre estratégia, de Sun Tzu (A Arte da Guerra, há 2.500 anos), passando por Maquiavel (séculos XV-XVI) até Clawsewitz (século XIX), é patente a preocupação de, em face de determinado contexto de conflito, conhecermos da forma mais exata possível os nossos pontos fortes e fracos, bem como os dos nossos adversários (no caso empresarial, concorrentes), e, em pormenor, as várias especificidades do terreno em que nos movemos (por analogia, o mercado e sua envolvente). Desta forma, surge a eminente necessidade de se criar mecanismos que vislumbrem nortear o tomador de decisão.
Na conjuntura atual de empresas focadas em informações, as organizações com melhores informações dispõem de uma vantagem competitiva. No mercado de planos de saúde, onde, via de regra, encontra-se um elevado montante de despesas é vital a existência de um ecossistema informacional onde o gestor tenha condições de visualizar indicadores necessários para minimizar os riscos e reduzir as incertezas. No Brasil, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em 2010 foram computados 45,6 milhões de beneficiários de planos de assistência médica, segregados em 1.420 operadoras de planos de saúde. Estas operadoras, por sua vez, geraram, no mesmo ano, uma receita de contraprestações de R$ 74,3 bilhões. Embora este número, isoladamente, apresente-se interessante no contexto mercadológico, ao analisar de forma mais acurada a relação entre o total de despesas (assistencial e administrativa) e o valor total arrecadado percebemos uma situação desfavorável, sobretudo para as operadoras de pequena porte (até 20 mil beneficiários).
O número de cancelamentos de operadoras junto à ANS, no mesmo período, foi 118% maior que a quantidade de adesões. Daí, a necessidade da tecnologia da informação como provedora de uma gestão eficiente para planos de saúdes, sabendo-se que existe a eminente necessidade de se criar mecanismos facilitadores da gestão, principalmente nas operadoras de pequeno e médio porte.
Nesse contexto, o Instituto de Assistência e Previdência do Estado do Piauí (IAPEP SAÚDE), foi criado com a missão de prestar serviços que visem à proteção à saúde e o bem estar dos servidores do Piauí. O plano, hoje, é responsável em garantir qualidade e pontualidade a serviços assistências de saúde a uma carteira de aproximadamente 178 mil beneficiários, para tanto são disponibilizados aos usuários 750 tipos de exames e uma rede de 490 prestadores que são constituídos por clínicas, hospitais, laboratórios, setores de radiologia e odontologia na capital, Teresina, e nos municípios do interior. Apesar de ser um plano de saúde voltado para servidores públicos estaduais, se comparado aos outros planos privados existentes no Piauí, ele teria uma participação de 42% do mercado. Hoje, o IAPEP SAÚDE através da Infoway dispõe de um sistema totalmente na web que permeia nos três níveis da pirâmide hierárquica: operacional, gerencial e estratégico.
No operacional culminam o atendimento humanizado, o beneficiário pode escolher qualquer prestador de serviço, dentro da rede credenciada, sem burocracia. Hoje 100% das consultas são realizadas diretamente na rede, dispensando a solicitação de autorização, em relação aos exames este percentual tem uma leve redução, apenas 7% são autorizados na sede do plano de saúde; agilidade no processamento das contas médicas, como todos os procedimentos já estão no sistema, um simples clique processa as contas e dispara a ordem de pagamento para os prestadores. No gerencial, os gerentes tem acesso a diversos relatórios que possibilitam uma visão, em tempo real, do que esta acontecendo com plano de saúde.
No nível estratégico o gestor possui um cockpit com todos indicadores necessários para uma percepção acurada do que está acontecendo no plano de saúde. Além disso, o nível institucional dispõe de alertas visuais casos algum indicador se apresente em desacordo com o planejado, este alerta pode acontecer, inclusive, via SMS. É interessante ressaltar que o sistema de informação gerencial da Infoway no IAPEP SAÚDE, apresenta diretrizes para que o gestor que possa se balizar a fim de encontrar a solução mais interessante para resolução do problema. Em virtude da robustez e dinamicidade do sistema, o plano possui o custo per capita mês inferior ao praticado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e a União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde (UNIDAS). A aplicabilidade da tecnologia da informação não deve ser resumida apenas à esfera privada, pois ela proporcionou ao IAPEP SAUDE um diferencial competitivo bastante razoável se comparado aos números do mercado, além de garantir um incremento de percepção de qualidade frente aos seus beneficiários. As empresas devem estar preparadas para suportar o crescente volume de informações e realizar uma ruptura a paradigmas antigos e preconizar a TI como peça vital de sustentação. Não obstante, suas disciplinas serem relativamente novas sua presença deve ser vista como característica indissociável na efetividade da gestão e na melhoria do processo de tomada de decisão.
*Pedro Alexandre Cabral de Oliveira ? analista de Negócios e mestrando na Universidade Federal do Piauí (UFPI)