O mercado de wearables (dispositivos vestíveis) para monitoramento de saúde está aquecendo, mas agora com um outro protagonista - os anéis inteligentes.
Entre as principais empresas pioneiras nessa área, a Oura se estabeleceu como a principal, com o seu principal produto, o Oura Ring, que tornou-se sinônimo de monitoramento avançado em saúde e bem-estar, com mais de 2.5 milhões de unidades vendidas no mundo até o momento.
No entanto, gigantes da tecnologia como Apple e Samsung estão entrando nessa disputa, preparando o terreno para uma competição intensa, que tem sido chamada de "Guerra dos anéis" (algum fã de Senhor dos Anéis?).
A Oura, que lançou seu primeiro anel em 2015, conquistou rapidamente uma base extensa de usuários, entregando métricas de saúde e bem-estar, especialmente relacionadas ao sono, foco e estresse. Em 2020, já era possível ver muitas pessoas usando o Oura no seu dia-a-dia.
O Ring Gen 3, o dispositivo mais recente da empresa, vendeu milhões de dispositivos em todo o mundo, tornando a Oura uma líder global no mercado de anéis inteligentes. O apelo do dispositivo está relacionado a sua capacidade de fornecer aos usuários insights detalhados sobre sua condição física, incluindo algoritmos avançados para análise da variabilidade da frequência cardíaca e a frequência cardíaca em repouso, ajudando o usuário a entender sua saúde geral e risco de algumas doenças, como apneia do sono, arritmia cardíaca, distúrbios circulatórios, síndrome das pernas inquietas e algumas doenças cardiovasculares.
Enquanto isso, a Apple, conhecida pelo seu domínio no mercado de smartwatches com o Apple Watch, tem demonstrado interesse significativo nessa nova área. A empresa já registrou inúmeras patentes relacionadas à tecnologia de anéis inteligentes, sugerindo que um "Apple Ring" poderia surgir no futuro e oferecer funcionalidades de monitoramento de saúde para os usuários, como monitoramento da frequência cardíaca, rastreamento do sono e até mesmo funcionalidades mais avançadas, como avaliação da saturação de oxigênio, glicemia e pressão arterial.
No entanto, apesar dessas patentes e dos rumores na mídia, a Apple ainda não lançou um anel inteligente, principalmente porque a empresa continua focada no aprimoramento do Apple Watch. A estratégia de priorizar o relógio parece ter sido positiva, já que ela conseguiu expandir a atuação do dispositivo com novos features de saúde, como detecção de queda e diagnóstico de Fibrilação atrial (publicado no New England, avaliando mais de 400.000 pacientes).
Por outro lado, a Samsung adotou uma abordagem mais agressiva…
O recente lançamento do Galaxy Ring em 2024 marca a entrada formal da empresa no mercado. O dispositivo foi projetado para competir diretamente com a Oura, oferecendo funcionalidades de monitoramento de saúde semelhantes, incluindo monitoramento de frequência cardíaca, análise do sono e acompanhamento do nível de estresse por indicadores indiretos.
Mas, não tem nada de IA nisso? Claro que sim.
O time de marketing do Galaxy Ring posicionou o dispositivo como um companheiro de saúde abrangente, que se integra perfeitamente ao ecossistema de dispositivos da Samsung, com funcionalidades de IA para avaliação dos indicadores e insights para o usuário.
O lançamento no começo do ano teve um clima mais tenso, já que a Samsung entrou na justiça contra a Oura "de forma preventiva" para evitar possíveis disputas de patentes no futuro.
À medida que a competição entre as empresas se intensifica, o futuro dos wearables de monitoramento de saúde pode ser influenciado pela forma como novas tecnologias começam a integrar os produtos.
A Oura saiu na frente nessa corrida, mas com a capacidade de integração nativa da Apple e da Samsung, a batalha está longe de acabar.