Mercado mundial de medicamentos vem crescendo agressivamente, segundo levantamento feito pela HIG (Health Industry Group) da A&M, empresa global de consultoria empresarial. De 2002 para 2022, os gastos da população mais que triplicaram, saltando de US$ 428 bilhões para US$ 1,4 trilhão (fonte IQVIA), não incluindo as vacinas contra Covid-19, adquiridas a partir do final de 2020.
No Brasil, segundo o diretor de estratégia da consultoria, Gian Di Gregorio, o crescimento esperado para os próximos cinco anos, em reais, é estimado em entre 15% e 18% por ano. “A expectativa é que esse forte crescimento continue, sustentado na força dos genéricos, que vêm ganhando share na receita total dos medicamentos desde 2018. Da mesma forma, os medicamentos de marca têm ventos favoráveis de performance por novidades, por exemplo, nas linhas terapêuticas de oncologia e antidiabéticos”, avalia o especialista.
Ainda segundo a pesquisa, entre 2017 e 2021, o faturamento apenas com genéricos registrou alta de 60%, com taxa de crescimento anual (CAGR) de quase 13%. Na avaliação de Di Gregorio, é uma tendência que vem sendo observada no mundo inteiro. Nos países desenvolvidos, por exemplo, o crescimento médio, segundo ele, é de 5% ao ano, independentemente dos efeitos da pandemia.
Ele aponta ainda que um dos principais fatores para o crescimento do gasto em medicamentos, “talvez o principal", é o preço desses produtos, seja por tecnologias mais complexas para serem produzidos, maior valor agregado dos produtos ou disponibilidade de tratamentos para doenças que, no passado, não podiam ser atendidas.
Logística em alta
Para estes medicamentos chegarem ao consumidor final, os distribuidores têm papel cada vez mais relevante, ampliando a participação também nesse mercado para atender à demanda crescente. De acordo com o diretor de estratégia da A&M, o segmento cresceu a uma taxa de 6% a.a., de 2015 a 2022, segundo o Anuário Estatístico do Mercado Farmacêutico. A Viveo, por exemplo, viu sua receita líquida saltar de R$ 2,6 bilhões, em 2018, para R$ 10,4 bilhões, em 2023. Já a Elfa, saiu de R$ 709 milhões, em 2017, para R$ 5,9 bilhões, seis anos depois. “Esses são os dois principais players do mercado de distribuição e representam, hoje, 15% do setor”, de acordo com análise do especialista.