Falta de leitos, prevista pelo Ministério da Saúde, aumentou necessidade da telemedicina e atendimento domiciliar; pandemia exigiu a adaptação rápida de mercado
A falta de leitos hospitalares no Brasil é algo sério. De acordo com relatório da Federação Brasileira de Hospitais (FBH) e da Confederação Nacional da Saúde (CNS), houve uma redução de mais de 25 mil leitos no país entre os anos de 2010 a 2019. Com o avanço do coronavírus, a questão deve piorar ainda mais: segundo o Ministério da Saúde, a quantidade de leitos de UTI e de internação não são suficientes e nem estão devidamente estruturados para a fase mais aguda da pandemia.
O atendimento domiciliar se constitui como estratégia para dar mais segurança e qualidade de vida ao paciente, principalmente em época de pandemia, servindo até mesmo para a redução da sobrecarga no sistema hospitalar. De acordo com os números da Lar e Saúde, uma das maiores prestadoras de serviço home care do Brasil, na primeira quinzena de abril a procura por serviços domiciliares cresceu 17%, comparando com o mesmo período do mês anterior.
Segundo Nathalie Baggio, gerente comercial da Lar e Saúde, o aumento na procura e a necessidade do isolamento social exigiram adaptações ao modelo tradicional. “Implementamos a telemedicina, conforme Lei Federal 13.889, e também ampliamos a oferta de atendimento particular em domicílio, tanto para consultas médicas quanto para procedimentos”, conta. A busca por atendimento particular cresceu muito, principalmente, já que as pessoas enquadradas nos grupos de risco passaram a procurar formas de ter atendimento sem sair de casa, seja para fazer um curativo ou para realizar uma consulta.
Inovação e liberação de leitos hospitalares
Os serviços de telemedicina antecipam uma tendência que se intensificou durante a pandemia, pois além de otimizar o tempo dos profissionais, também torna mais dinâmica a interação com o paciente. Obviamente, não exclui a consulta presencial, que pode variar desde a troca de um curativo até a aplicação de medicamento, mas oferece mais praticidade à rotina dos profissionais de saúde.
“Os pacientes que se encontram internados no hospital podem ter o seu cuidado transicionado de uma forma segura para o internamento domiciliar,” afirma Rafael Bruzamolin, gerente médico da Lar e Saúde. “Isso faz com que os hospitais reduzam o número de pacientes internados pelas diversas patologias e aumentem sua oferta de leitos para que possam atender com propriedade e segurança, os pacientes doentes de formas moderadas, graves e críticas da COVID-19”.
De acordo com o especialista, além de possibilitar o gerenciamento de equipamentos de alta complexidade, alimentação, medicamentos e outros cuidados, o atendimento home care compensa a falta de leitos com a redução de custos e um melhor desfecho clínico e aumenta sua satisfação por estar em casa com os familiares.
Ampliação de atendimento para pandemia
Como alternativa para o tratamento dos pacientes durante o isolamento, a Lar e Saúde, ampliou as modalidades de serviço para o público. Agora, além do atendimento presencial com especialistas na casa dos pacientes, a empresa oferecerá, também, consultas via internet: o cliente solicita o orçamento, após a triagem é identificada a modalidade de atendimento e o horário da consulta é agendado.
“Nesse momento, em que a restrição da circulação das pessoas e o distanciamento são medidas eficazes para a prevenção da transmissão da COVID-19, a telemedicina se mostra como uma estratégia fundamental para aproximar o profissional da saúde de seus pacientes, uma vez que permite cuidar, acompanhar e promover a saúde e bem-estar do paciente de uma forma segura,” ressalta Bruzamolin.
Ao todo, o modelo contempla médicos de diferentes especialidades, fisioterapeutas, nutricionistas, fonoterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos e assistente sociais. Entre os procedimentos realizados em domicilio, inclusos estão: curativos, medicações, consultas, cuidados paliativos, pós-cirúrgico e remoções.
Cuidado redobrado
Com o objetivo de informar a população, prevenir a disseminação do vírus e preservar a saúde de todos, a empresa redobrou os cuidados com atendimentos, desenvolvendo um plano de contingência, abrangendo colaboradores, pacientes, cuidadores, familiares e fornecedores. “Temos desenvolvido ações comerciais, logísticas, assistenciais e de mídia para enfrentar a doença, monitorando, inclusive, a saúde de nossos pacientes via teleatendimento,” afirma Bruzamolin.