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Economia compartilhada atrai dentistas

Article-Economia compartilhada atrai dentistas

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Atendimentos em consultórios privados caem 62%, mostra pesquisa da Universidade Federal de Pelotas; Levantamento realizado por coworking em São Paulo, mostra que a busca por consultórios cresceu 608% de julho até dezembro; Casal de dentistas se muda de João Pessoa para São Paulo durante a pandemia e encontra o coworking como solução para continuar atendendo

Agendas mais espaçadas para diminuir o contato entre pacientes, mudança nos protocolos de biossegurança com intensificação de higienização e incremento no uso de EPI’s (escudos faciais e jalecos descartáveis, pró pé, entre outros) é o novo normal em clínicas odontológicas de São Paulo. Dependendo da fase de atenção de cada cidade, somente atendimentos de urgência são permitidos. O combate ao coronavírus mudou a forma como os dentistas realizam seus atendimentos, mas mesmo assim, a classe não deixou de atender seus pacientes. Uma pesquisa feita pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO) com 40 mil dentistas aponta que 82% dos profissionais não pararam seus atendimentos durante a pandemia.  

Porém, as mudanças e adaptações necessárias colaboraram para um cenário em que o custo de se manter um consultório fixo se tornou muito alto para alguns profissionais. Conforme uma pesquisa recente divulgada pelo Programa de Pós-Graduação em Odontologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), a rede privada amargou uma redução de 62% dos atendimentos, enquanto na rede pública a queda chegou a 83,5%. Além do investimento em adaptações e EPIs, a queda no número de atendimentos e a consequente queda no faturamento foram decisivos para se buscar outras alternativas. A saída para muitos dentistas foi procurar por espaços compartilhados para manter os atendimentos pagando apenas pelo uso do consultório. 

Um balanço do coworking médico e odontológico OPT.DOC, mostra que de julho até dezembro, o número de profissionais que atenderam na unidade saltou de 6 para 55 dentistas. A procura pelo espaço também cresceu e o levantamento mostrou que de agosto a outubro o número de contatos feitos buscando por consultórios pay per use cresceu 608% no coworking. A OPT.DOC conta com 10 consultórios odontológicos totalmente equipados e com o trabalho de uma assistente de sala incluso para atender dentistas ao custo máximo de R$150 por hora. O coworking ainda oferece outros benefícios como Central de Raio-X própria, Fresadora para confecção de próteses em até uma hora, scanners digitais que agilizam o trabalho dos profissionais, além de recepção e atendentes humanizadas.  

DENTISTAS DE JOÃO PESSOA - Com 30 anos de consultório, o casal de dentistas Heleno e Fernanda Moraes encontraram o que precisavam no conceito de economia compartilhada: o coworking. O casal gerenciou consultório próprio por 15 anos na capital paulista e nos últimos 15 anos, em João Pessoa, na Paraíba. "Quando decidimos retornar para São Paulo, no ano passado, mesmo durante a pandemia, não sabíamos bem como faríamos. Não queríamos mais investir em um consultório próprio, justamente, pela parte de gestão que o negócio demanda. Logo, pensei no "tradicional" e que teríamos de encontrar algum outro dentista que quisesse dividir conosco o seu espaço, nos alugar uma sala em sua clínica, algo nesta linha. Eu não imaginava que existisse algo como um coworking odontológico! Que fosse possível pagar por hora o uso de um consultório tão bem equipado", comenta Heleno Moraes. 

O casal chegou de volta a São Paulo em julho e foi por um anúncio patrocinado em uma rede social que ficaram sabendo da OPT.DOC. Marcaram uma visita e ficaram satisfeitos com a possibilidade de trabalhar pagando apenas pela hora de uso do consultório e em um ambiente completamente equipado e preparado para atender os pacientes imediatamente. "Não ter de me preocupar com a gestão, apenas pensar no paciente é o melhor dos mundos para mim. Tanto que não temos intenção de abrir um consultório nosso novamente", completa o profissional.