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Envelhecimento populacional desafia autogestões na saúde suplementar

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Proporção de beneficiários com mais de 80 anos supera significativamente os mais jovens, impactando os custos e a sinistralidade.

A população brasileira está envelhecendo, e essa mudança tem reflexos no setor de saúde suplementar. As autogestões, em particular, enfrentam um desafio significativo devido ao aumento da proporção de idosos em suas carteiras. Segundo dados do IBGE, o Brasil teve o maior salto de envelhecimento entre censos desde 1940. Em 2010, para cada 30,7 idosos, havia 100 jovens de até 14 anos. Agora, essa proporção mudou para 55 idosos para cada 100 jovens. Esse fenômeno é ainda mais acentuado nas operadoras de autogestão.

autogestão e saúde suplementar.jpgO índice de envelhecimento, que compara beneficiários com mais de 80 anos aos com menos de 14, atingiu um patamar histórico de 304,16 nas autogestões com até 20 mil vidas. Isso significa que, para cada beneficiário jovem, existem três beneficiários idosos, criando um desequilíbrio significativo. Mesmo nas autogestões com mais de 100 mil vidas, o índice permanece alto, na faixa de 146,46.

Anderson Mendes, presidente da UNIDAS - União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde, destaca que as operadoras menores desempenham um papel fundamental, especialmente em regiões onde o mercado não está presente. “Mas, claro que elas sofrem com os impactos mais rapidamente quando comparadas as maiores, que têm mais elasticidade”, explica.

Além disso, as autogestões concentram a maior parte dos idosos que utilizam a saúde suplementar. Enquanto a média do setor é de 14,39%, entre as participantes da pesquisa, pessoas com 60 anos ou mais representam 27,08% da carteira. “Com menos receita e mais custos, a sinistralidade continuará aumentando, mesmo porque, a operadora permanecerá, em sua maioria, com uma cartela de cliente mais dependente do sistema, que precisa de cuidados e que apresenta determinados atributos de risco que aumentam a chance de utilização do plano”, diz Mendes.

Em 2022, o índice de sinistralidade nas autogestões atingiu 94%, ultrapassando o patamar histórico de 92% em 2019. Isso significa que, de cada R$ 100 recebidos pela operadora de saúde, R$ 94 são gastos com pagamentos de despesas médicas e assistenciais.