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Grupo Said vai expandir atuação em Porto Alegre

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Em entrevista exclusiva ao Saúde Business, fundadora da empresa fala sobre a trajetória e os planos de expansão da empresa.

De acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em 2100 a expectativa é de que o número de idosos poderá chegar a 40,3% da população brasileira. Com o aumento da expectativa de vida, que atualmente atingiu 76,6 anos, serviços que ofereçam suporte à população idosa e familiares surgem como alternativas para oferecer o melhor cuidado a este grupo, como também contribui para a sustentabilidade do setor. 

De olho nisso, o Grupo Said, que surgiu há 17 anos no Rio de Janeiro, já sente o impacto do envelhecimento da população: no primeiro trimestre de 2022 teve um aumento de 54% no número de famílias atendidas.  

Acumulando mais de 5000 atendimentos ao longo de quase duas décadas, a empresa, fundada por Daniela Jones, hoje também atua em São Paulo e Minas Gerais, e se prepara para iniciar suas atividades em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.  

Com mais de 950 cuidadoras e 40 profissionais administrativos, a empresa inova no serviço de atendimento domiciliar aos idosos, trazendo uma melhor experiência para o paciente e para os familiares. Conversamos com a CEO, Daniela Jones, que compartilhou a sua jornada empreendedora, desafios e oportunidades no setor. Confira! 

Como surgiu o Grupo Said? 

Inicialmente, meu pai e minha avó criaram a primeira empresa de cuidadoras, a qual participei por um tempo. A partir dessa experiência, resolvi empreender e lançar a Said com outro foco, um pouco mais atrativo, oferecendo uma experiência mais completa para o idoso e família. Isso foi há 17 anos, pouco após de me formar em Administração. Começamos de uma forma simples, na minha casa, com uma linha de telefone e 6 cuidadoras. Hoje, somos líder no segmento no Rio de Janeiro.  

E de lá para cá, o que mudou? 

A virada mesmo da empresa foi em 2010, quando atingimos um patamar mais elevado e mudamos para um centro de capacitação.  Hoje, já temos mais de 900 cuidadores, uma equipe multidisciplinar, além do administrativo que dá todo suporte à operação. Expandimos para São Paulo há 5 anos e há 3, em Belo Horizonte. Agora, nos preparamos para iniciar as atividades em Porto Alegre. Percebemos que na região não há muitas empresas nesse setor e a demanda é bem grande.  

Como funciona a jornada do paciente dentro do Grupo Said? 

O nosso atendimento é bem personalizado, de acordo com a necessidade do cliente. Então, dentro da necessidade dele, montamos um plano que possa, não só oferecer o serviço de cuidadoras, mas acompanhamento com outros profissionais, também.  

Uma coisa legal é que em todos os planos oferecemos a instalação de câmeras, que permite que os familiares acompanhem o paciente e o cuidador. Eles podem visualizar tanto pelo computador, quanto por um aplicativo que desenvolvemos.  54% dos nossos clientes vêm por indicação. Em todos os nossos planos, o paciente nunca fica sozinho e não paramos o serviço. De segunda a segunda, estamos prontos para atender. 

Como você enxerga a área de serviços domiciliares para idosos. Quais são os desafios e oportunidades? 

É uma área que vem crescendo bastante nos últimos anos. Porém, percebo que, em geral, as empresas não têm muito preparo, não focam na formação do profissional. Além de não oferecerem todo o cuidado, de ponta a ponta.  

Você empreendeu ainda bem jovem, aos 25 anos, e é mulher em um cenário onde a maioria dos executivos são homens. Como foi essa jornada para você?  

O começo foi complicado. Sofri preconceito por não ser profissional da área da saúde, também. Sou formada em Administração e muitas pessoas não entendiam que eu tinha a visão do negócio, tão necessária para o sucesso de uma empresa. Hoje em dia, já entendem que precisamos dessa união entre a pessoa que cuida da estratégia e o profissional técnico que entende da operação. 

Você sempre teve esse lado empreendedor? 

Sempre! Desde muito pequena já vendia bolo, brigadeiro na rua. Aos 15 anos trabalhei como atendente no McDonald’s, sempre gostei de trabalhar. Aprendi muito isso com meu pai, em casa. Quando decidi fazer Administração já pensava em ter meu próprio negócio. E me joguei.  

No Rio de Janeiro, você comentou que vocês são líderes no setor.  Quais são os diferenciais do Said que contribuíram para esse posicionamento? 

Um diferencial nosso é o nosso processo seletivo extremamente rigoroso. A maioria dos profissionais vêm por indicação e passam por 4 etapas de processo, além de um treinamento próprio feito pela equipe de enfermagem. Se o paciente não gostar da cuidadora, fazemos a substituição imediata.  Ao longo do ano, oferecemos por meio do nosso Centro de Treinamento diversas atualizações para os nossos profissionais. Temos esse compromisso em fomentar e elevar o nível de atendimento deles. Além disso, oferecemos diversos serviços extras como acompanhamento com médico, nutricionista, psicóloga, fisioterapeuta e fonoaudióloga. Além de um carro adaptado para exames e ambulância, se for necessário.  

E quem é a Daniela fora do horário comercial? 

Sou mãe de duas meninas, uma de 17 e outra de 7 anos, além de ter 2 enteados. Amo cozinhar e uma coisa que muita gente não sabe é que sou formada em chef de cozinha e, inclusive, abri um restaurante, em parceria com um amigo, o Franc Cuisine em Teresópolis (região serrana do Rio de Janeiro). Amo gastronomia.  

E quais os seus sonhos e próximos objetivos? 

Vou finalizar duas graduações até o final do ano, uma em Gerontologia pelo Instituto de Ensino Superior Albert Einstein e outra em Processos Gerenciais, pela FGV. Depois, quero descansar um pouco (risos).  E, claro, focar no crescimento da empresa. Temos a meta de expandir em 20% a nossa operação ainda esse ano, e contratar mais de 200 novos colaboradores. Também tenho uma ONG, o Instituto Gota D’Água, que atende mais de 80 meninas.