O segundo dia do Congresso de Hotelaria e Facilities na Hospitalar 2025 seguiu discutindo soluções em arquitetura, serviços e gestão. Na tarde dessa quarta-feira (21), especialistas da Rede SARAH de Hospitais de Reabilitação apresentaram tecnologias que estão melhorando operações críticas.
Com mediação de Ana Paula Araújo dos Santos, Gerente de Hotelaria e Facilities na Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, subiram ao palco as enfermeiras Luana Ciocca e Bianca Guidi.
Veja agora como as especialistas aplicaram diferentes tecnologias para solucionar “velhos problemas”.
Tecnologia RFID na gestão de enxoval
Primeiro, Luana Ciocca, Enfermeira gestora da área de Higienização e Rouparia na Rede SARAH, apresentou as características da instituição, sendo uma rede com presença nacional com atendimento 100% via SUS, com administração privada.
Há 11 anos na área, Luana compartilhou como o desafio da gestão de enxoval, e principalmente da evasão de peças, foi contornado com a rastreabilidade.
“A necessidade da rastreabilidade veio da terceirização do serviço de lavanderia”, compartilhou, citando também os problemas que os inventários manuais causavam, resultando em altos custos operacionais.
A solução foi implementar um processo com rastreamento de ponta a ponta através das etiquetas com tecnologia RFID (Radio-Frequency Identification). “Toda a vida útil do enxoval é rastreável, desde a aquisição até o descarte”.
A enfermeira citou as vantagens adquiridas com a implementação dessa tecnologia, que incluem:
- Redução de extravios e evasões
- Otimização de processos internos
- Controle de estoque aprimorado
- Melhor aproveitamento de recursos
- Impacto financeiro positivo
- Monitoramento na qualidade dos materiais
- Melhoria na experiência do paciente
O benefício dessa tecnologia são os relatórios de gestão de enxoval, gerados automaticamente e com filtros por tipo, subtipo, setor e tempo.
E, a partir disso, a rede pode adotar ações baseadas em evidências. Foram citados dois problemas: a evasão nos uniformes de acompanhantes e a evasão de mops. No primeiro caso, a solução foi instalar um armário dispensário de roupas para os acompanhantes (autosserviço), e no segundo, a utilização de mesas de leitura com identificação dos colaboradores para fazer a entrega dos mops.
“Tecnologia por tecnologia muitas vezes não vai trazer o que a gente precisa na nossa operação”, comentou Luana. Finalizando, ela compartilhou com o público quatro elementos que podem interferir nos resultados:
- Etiqueta: considerar dimensões, flexibilidade, durabilidade, compatibilidade e certificações;
- Tecnologia: ser específica para área de lavanderia, análise ROI, benchmarking, precisão, facilidade e possibilidade de integração com outros softwares, internos ou externos;
- Pessoas: treinamento e capacitação de equipes, software intuitivo, sensibilização para ter uma rastreabilidade eficaz, monitoramento da operação;
- Processos: gestão e acompanhamento de dados, avaliação para tomada de decisões, monitoramento dos processos, e aplicar mudanças e melhorias que façam sentido.

Robôs autônomos na higiene hospitalar
Na sequência a Enfermeira Bianca Guidi, gestora da área de Higiene e Rouparia na Rede SARAH, focou em duas tecnologias adotadas para a higienização hospitalar.
Segundo a OMS, práticas adequadas de higiene podem prevenir até 70% das infecções hospitalares, mostrando a importância destes processos e protocolos.
Bianca destacou os pilares da higienização hospitalar: pessoas, processos, sustentabilidade e tecnologias. E, nesse último caso, “tecnologias que se apliquem nesse cenário de aumento de demanda e escassez de mão de obra”.
A primeira tecnologia apresentada pela enfermeira foi a desinfecção eletroestática. O grande destaque, porém, foram os robôs autônomos, que já atuam na rede há 3 anos.
Segundo Bianca, a Rede SARAH foi o primeiro hospital nas Américas a utilizar a limpeza autônoma, sendo um desafio construir a metodologia e implementar os robôs necessários, passando por importação e treinamentos. Com início em 2022, hoje todos as unidades da rede contam com esse sistema.
E quais foram as vantagens dos robôs autônomos trabalhando na higienização?
- Operam de forma independente, liberando a equipe para atividades mais complexas;
- Eficiência operacional;
- Maior flexibilidade no cronograma de tarefas;
- Segurança e redução de acidentes de trabalho;
- Redução do impacto do absenteísmo;
- Redução de conflitos interpessoais entre equipes (manutenção e higienização);
- Redução de custo do m² limpo;
- Consistência, precisão e monitoramento.
Para além do Congresso Hotelaria e Facilities, a Hospitalar 2025 oferece inúmeras soluções em limpeza, automação e tecnologias para o setor de saúde. Acesse o site oficial do evento para conhecer a programação e os expositores: www.hospitalar.com