O controle de infecções tem alta prioridade em hospitais, clínicas e laboratórios. E não se trata de um mero preciosismo: segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), as infecções hospitalares ocorrem em cerca de 14% das internações e, em média, 1 em cada 10 dos pacientes afetados morre por esse motivo. Em um ambiente de fluxo tão intenso de pessoas, o risco de contaminação por microrganismos patogênicos, especialmente nas áreas em que os pacientes são tratados, é sempre considerável. 

Altos riscos demandam cuidados extremos. É por isso que um padrão rigoroso de higiene no ambiente hospitalar é essencial para a contenção das infecções. E isso inclui a adesão aos protocolos de higiene do paciente e profissional e a desinfecção de todas as superfícies, equipamentos e materiais que entram em contato com os enfermos ou seus resíduos. Ainda conforme a OMS, nos locais onde uma boa higiene das mãos e outras práticas custo-efetivas são adotadas, 70% dessas infecções podem ser evitadas.  

“A higienização hospitalar é fundamental na prevenção do que, no passado, chamávamos de infecção hospitalar e, hoje, chamamos de Infecções Relacionadas à Assistência em Saúde. O impacto dessas ocorrências é nítido, elas aumentam o tempo de internação, a morbidade, a mortalidade e, consequentemente, os custos”, explica Fernando Ganem, médico cardiologista e diretor geral do Hospital Sírio-Libanês (SP). 

Segundo o especialista, apesar das novas tecnologias e inovações, que chegam cada vez mais rápido e em abundância ao setor, a infecção hospitalar continua matando. E essa constatação também chamou a atenção da Unilever. “O Brasil tem hoje mais de 362 mil estabelecimentos de saúde, segundo dados do Ministério da Saúde, e só 5% deles usam produtos específicos (com maior poder de desinfecção) para limpeza”, conta Guilherme Machado, diretor de marketing e novos negócios da Unilever Profissional no Brasil. É nesse contexto que a marca acaba de lançar os primeiros produtos da linha MedCare, especializada no mercado de Saúde. 

O tema ganhou proporções ainda maiores com a chegada da pandemia da Covid-19, em 2020, quando a ação básica de lavar as mãos teve de ser amplamente encorajada para o controle da disseminação do vírus. “Pela necessidade de proteção dos profissionais de Saúde, dos acompanhantes e familiares, e do próprio paciente, as medidas de prevenção foram muito exploradas. Então, todos os cuidados no preparo, nos cinco momentos da lavagem da mão – paramentar, antes de tocar o paciente, antes de manipular, ao sair do procedimento e ao se desparamentar – foram fundamentais na proteção das equipes e na infecção cruzada”, conta Fernando Ganem. E ele completa: “Temos tanta evolução, mas uma medida simples, que é esquecida e provoca uma quebra de barreira, pode gerar uma infecção séria ao paciente.” 

A gestão da higienização 

Segundo Fernando Ganem, o Sírio-Libanês conta com critérios que são preconizados pela equipe de controle de infecção hospitalar, que é um time multiprofissional, composto por médicos, enfermeiros, técnicos e por toda equipe de hospitalidade, que engloba concierges, o pessoal de higiene pessoal e de limpeza. Este grupo de profissionais é periodicamente treinado. “A comissão de infecção traz para a gente as regras, os protocolos de higienização. Essa comissão também é responsável por auditar, verificar, fazer acompanhamento e colher os indicadores e dar feedback para as equipes. A equipe de higienização é treinada baseada nestes protocolos e, periodicamente, também recebe feedbacks do desempenho de sua performance”, conta o especialista. 

A estratégia de manutenção da higiene no ambiente hospitalar, segundo Fernando Ganem, é o que ele chama de multimodal, e possui cinco componentes: 

1. Infraestrutura adequada: para disponibilizar água, sabão, álcool e dispositivos de higienização em diversos pontos, como postos de enfermagem, corredores nas áreas de acesso e, claro, ao lado do paciente. 

2. Educação: engloba a formação dos profissionais de saúde e a promoção de educação continuada dos colaboradores, fazendo treinamentos com regularidade. 

3. Feedback de higienização das mãos: trata-se da auditoria por amostragem. “Nós colocamos equipes, seja por câmara, seja circulando pelo hospital, pelas unidades críticas. Elas visualizam como as equipes se paramentam, se higienizam e se há quebra de barreira em algum aspecto”. 

4. Lembretes nos locais de trabalho: seja na porta de entrada do leito do paciente, seja nas estações de trabalho nos computadores, ter alertas o tempo inteiro para trazer a consciência de que higiene é inegociável.  

5. Criar um clima de segurança institucional favorável: empoderar os profissionais de Saúde para que a qualquer momento consigam alertar as pessoas da necessidade de higienização. “Criamos a cultura de que qualquer pessoa, independentemente de hierarquia na escala, pode alertar as outras sobre a higienização das mãos. No passado, essa hierarquia intimidava um pouco, mas hoje, dentro da instituição, essa cultura está disseminada e ela é muito importante, porque todos são os patronos do cuidado da prevenção de infecções”. 

Produtos certos  

Mas os protocolos de higiene não são os únicos elementos que garantem segurança. O tipo de produto usado faz toda a diferença para evitar a quebra de barreira de agentes patogênicos.  

“É comum acreditar que os produtos de higiene e desinfecção usados em casa podem ser utilizados também em hospitais, clínicas e laboratórios. Mas isso não é recomendado”, confirma Guilherme Machado, da Unilever. Essa realidade justifica os recentes esforços da empresa voltados ao lançamento de novos produtos para o mercado de saúde, a partir da unidade de pesquisa e desenvolvimento da Unilever em Valinhos (SP). 

As organizações de saúde precisam atender aos padrões mais rigorosos no combate a microrganismos. Existem, contudo, diferentes classificações e recomendações para cada tipo de necessidade. Desinfetantes de baixo nível, por exemplo, são recomendados para superfícies fixas, como teto, parede, piso e bancadas. Os produtos de nível intermediário são utilizados em superfícies fixas e materiais destinados ao contato com pele íntegra, como termômetros e inaladores. 

“É muito importante deixar bem claro, no processo de educação de colaboradores, que hospitais, clínicas e laboratórios pedem produtos específicos. Tem gente que acha que o álcool 40, o mesmo que limpa vidro, pode ser usado para fazer assepsia e antissepsia. E não é. Este é o álcool 70%”, explica Fernando Ganem, do Sírio-Libanês. 

Segundo ele, o mesmo vale para o sabão utilizado no hospital, que possui uma capacidade maior de eliminação de bactérias das mãos. “Hoje, existem sabões em validação do mercado e da Anvisa, inclusive sobre a sua capacidade, que eliminam acima de 99% das bactérias. Esses são os mais recomendados quando você vai para procedimento cirúrgicos. Além de usar esses produtos, você tem um rigor alto com relação à escovação e com o ato de paramentação para um procedimento cirúrgico, além do uso da luva”, explica o médico. 

Parceria de peso 

Com o intuito de ajudar no combate às infecções relacionadas à assistência em Saúde, a Unilever lançou a linha MedCare, com produtos de limpeza de uso profissional. Os desinfetantes extirpam os mais variados tipos de bactérias, como as vegetativas e as micobactérias, além da maioria dos vírus e fungos, em um período de tempo comprovado. A linha também conta sabonete líquido e álcool em gel higienizante para as mãos, que eliminam 99,9% das bactérias. 

Para avaliar a qualidade dos novos produtos, a multinacional contou com a parceria do Hospital Sírio-Libanes. “A Unilever não atuava nessa área e procurou o hospital para validar os produtos da linha. Tanto a comissão de infecção hospitalar quanto a equipe de hospitalidade e de higienização se reuniram, formando um time, que decidiu testar os produtos em áreas diferentes. O produto em si foi avaliado, assim como a sua funcionalidade, porque ele precisa ser de fácil uso. Tudo isso foi validado pelos envolvidos, e tivemos uma experiência muito positiva”, comemora Ganem. 

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