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Obamacare... Dilma não quer?

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Quando o assunto é saúde digital, as inovações que vem acontecendo nos EUA são referência obrigatória para quem se interessa pelo assunto.

Quando o assunto é saúde digital, as inovações que vem acontecendo nos EUA nos últimos anos são referência obrigatória para quem se interessa pelo assunto.

 

Isso não se deve apenas pela reconhecida boa vontade do povo americano para inovações disruptivas e nem pelo fato da existência ali de uma região como o Vale do Silício.

 

Muitas das soluções criadas naquele país são na realidade uma resposta da tecnologia para mudanças que entraram em vigor em razão do Affordable Care Act, mais conhecido como Obamacare.

 

Veja alguns exemplos:

 

Problema: Multa por readmissão de pacientes em hospitais antes de 30 dias após a alta.

 

Nos EUA 1 a cada 5 pacientes retorna para o hospital onde recebeu alta em menos de 1 mês e isso custa para o governo US$ 17 Bilhões por ano. Pensando nisso o Center for Medicare and Medicaid Services (CMS) criou o Hospital Readmission Reduction Program onde, dentre outras medidas, os hospitais passaram a ser  penalizados nesse tipo de situação. No primeiro ano de vigência da medida 2.217 hospitais foram multados num valor total de US$ 280 Milhões.

 

Oportunidade

 

Para evitar a cobrança dessas multas algumas empresas começaram a utilizar um leque de novas tecnologias, como aplicativos de análise preditiva capazes de indicar pacientes com maior risco de retorno e ferramentas para monitoramento remoto visando melhorar seu controle sobre a saúde dos pacientes após a alta. Como as causas de internação escolhidas pelo governo para iniciar o programa foram ataque cardíaco e pneumonia essas patologias também tem sido foco de inovações.

 

Exemplo: Ginger.io é uma startup que desenvolveu uma aplicativo móvel que deve ser instalado no smartphone do paciente e funciona como um “check engine light” para hospitais e outras organizações responsáveis pela gestão da saúde de grandes grupos de pessoas. Com essa ferramenta preditiva é possível antecipar-se a uma série de eventos – como ataques cardíacos - e reduzir riscos e despesas potencialmente altos.

 

Problema: Recompensa para empregados que tem hábitos saudáveis.

 

Sabe-se que o local de trabalho é a primeira linha de defesa ideal contra uma série de doenças que poderiam ser evitadas. Da mesma forma, sabe-se que empregados afetados por essas doenças representam mais de ¼ dos custos de saúde para empresas americanas. Essa uma das razões pela qual alguns empregadores oferecem programas para ajudar funcionários a perder peso, parar de fumar e melhorar a alimentação, por exemplo.

 

Oportunidade

 

A partir desse ano o governo federal irá permitir que empregadores recompensem empregados com até 30% do valor total pago em prêmios de seguro, caso eles atinjam metas específicas de saúde, como praticar atividades físicas e perder peso. Para aumentar o engajamento desse grupo-alvo algumas companhias estão utilizando interfaces amigáveis, aplicativos móveis, redes sociais, dentre outras tecnologias, para aumentar a eficácia dos programas de bem-estar corporativos.

 

Exemplo: Healthrageous é uma startup que integra diversas tecnologias em sua solução de welness. Não por acaso a empresa foi vendida para a seguradora Humana no final de 2013. Na sua ferramenta há uma aplicativo móvel que funciona como um coach de saúde digital. Ao invés de entregar para os usuários um sem fim de mensagens genéricas sobre auto-cuidados, o coach digital apresenta conteúdo educacional e motivacional em linguagem amigável e de forma altamente personalizada. Para isso também utiliza-se dados coletados através de sensing devices.

 

Esses dois pequenos exemplos podem ser usados para ilustrar para o jovem empreendedor brasileiro que algumas características do mercado americano não correspondem ao que temos hoje no Brasil. Por essa razão, antes de se aventurar em criar produtos inspirados em uma matriz (os famosos copycat) e que podem ser muito bacanas à primeira vista, é importante se certificar de que haverá uma aplicação e sobretudo um modelo de negócio para ele no país.

 

Isso não significa que futuras mudanças na nossa regulamentação não possam acontecer para endereçar a saúde para um patamar mais compatível com o século 21.

 

Na verdade já existem iniciativas locais que visam formular as bases para um planejamento estratégico digital para o setor, porém ainda com pouco eco junto ao governo.

 

Nesse meio tempo aquilo que para alguns países ainda é visto como saúde do futuro, para outros já é a saúde do presente.

 

Nós ficamos na torcida otimista, lutando para que, quando finalmente chegar a hora da nossa revolução digital, não tenhamos  aqui uma saúde do “futuro do pretérito”.

 

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