O projeto Reestruturação de Hospitais Públicos (RHP) está ampliando sua atuação para fortalecer a gestão, otimizar processos assistenciais e implementar boas práticas em cerca de 140 hospitais públicos espalhados por todo o Brasil. Criada há cerca de 16 anos dentro do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), do Ministério da Saúde, a iniciativa acaba de passar por uma reformulação para o triênio 2024-2026.
Com a liderança do Hospital Alemão Oswaldo Cruz — parceiro desde o começo — o projeto agora conta também com a participação dos hospitais Sírio-Libanês e Moinhos de Vento. Juntos, eles vão atuar de forma colaborativa, ampliando o número de serviços de saúde envolvidos e o alcance nas diferentes regiões do país.
“O foco sempre foi garantir a qualidade e a segurança do paciente, melhorando sua experiência de atendimento”, destaca Carolinne Abrahão, coordenadora de projetos do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Ela explica que o projeto apoia a gestão e a qualidade do cuidado assistencial a partir do perfil epidemiológico de cada hospital, analisando as doenças mais frequentes, os fatores de risco, as tendências e as populações atendidas.
“Com isso, conseguimos identificar, por exemplo, desafios em unidades de pronto-atendimento e criar estratégias de intervenção e controle, ajudando profissionais e gestores a melhorar o cuidado prestado”, complementa.
Para Giselle Franco, coordenadora de projetos do Hospital Sírio-Libanês, o projeto também ajuda a padronizar processos assistenciais, implantando rotinas e protocolos médicos alinhados às normas e boas práticas. “Essa reestruturação favorece uma gestão mais eficiente dos recursos e um cuidado mais adequado às necessidades dos pacientes”, diz ela.
As ações envolvem equipes multiprofissionais e administrativas, com foco em áreas como internação, pronto-socorro, UTI, farmácia, núcleo interno de regulação, núcleo de educação permanente e engenharia clínica.
Diagnóstico estruturado e capacitação impulsionam a melhoria do atendimento
Desde 2017, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz utiliza a Ferramenta de Avaliação Hospitalar (FAHosp) para diagnosticar as condições das unidades contempladas pelo projeto. Essa ferramenta é a base para o planejamento das melhorias e é complementada por treinamentos para as equipes.
“Os profissionais recebem capacitações que geram benefícios diretos para os pacientes”, explica Kamyla Vieira, líder operacional do Hospital Moinhos de Vento.
Em 2024, começaram os primeiros ciclos do triênio, focados no planejamento, atualização de documentos, capacitações e implantações em algumas regiões. A partir de janeiro, outros serviços passaram a ser contemplados.
“No final de cada módulo, os hospitais se reúnem para analisar o que deu certo na prática e identificar o que pode ser aprimorado”, conta Carolinne Abrahão.
Desde sua criação, o projeto RHP segue ativo e evoluindo para acompanhar as demandas do Sistema Único de Saúde, reafirmando seu compromisso com a qualidade e eficiência no atendimento público.