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Acreditação hospitalar x engajamento do corpo clínico

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Considerada como o processo mais completo para atestar qualidade e segurança, a acreditação ainda esbarra em questões de gestão para se tornar realidade

Um produto ou serviço ganha muito mais valor e credibilidade quando é avaliado por autoridades isentas. Para conquistar o reconhecimento que eleva seus diferenciais competitivos, instituições de saúde como hospitais e laboratórios têm considerado adotar boas práticas internacionais com vistas à obtenção da acreditação. No Brasil, problemas relacionados à gestão e engajamento do corpo clínico ainda precisam ser superados para que isto se torne realidade.

Considerada como o processo mais completo a ser adotado pelas instituições de saúde que desejam ter seus processos de qualidade e de segurança atestados, a acreditação é uma tendência internacional que contribui positivamente com a imagem e reputação da instituição acreditada. Além disto, graças à adoção das melhores práticas para obtenção do reconhecimento, as instituições ampliam a melhoria de seus processos de qualidade, com benefícios à segurança do paciente, como a redução da infecção hospitalar e distribuição segura de medicamentos.

Para André Medici, Economista-Sênior para Saúde do Banco Mundial, a acreditação está intimamente ligada a processos de gestão. “É a melhoria da gestão que vai garantir que a melhoria da qualidade, a segurança dos pacientes e a gestão de riscos possam ser efetivamente compatibilizadas”, defende Medici.

Base do processo de acreditação, a gestão das instituições de saúde no Brasil ainda se depara com o desafio do engajamento do corpo clínico para a execução das melhores práticas. Segundo Maria Manuela dos Santos, Superintendente do Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA), este quadro é retrato de uma mudança ainda em curso experimentada pelos profissionais da saúde. “O hospital teve uma grande mudança nos últimos 10 anos. Ele deixou de ser uma ‘casa de aluguel’ para ser uma instituição que discute e que define o que o médico deve fazer. A partir daí, os médicos tiveram que se adaptar ao que acontece dentro das instituições e não mais atuarem livremente”, explica Manuela.

De acordo com Maria Carolina Moreno, Superintendente da ONA (Organização Nacional de Acreditação), 99% das instituições de saúde atendidas pela Organização enfrentam dificuldade para o engajamento do corpo clínico. “Se o grupo médico não se envolver, não existe mudança cultural. É preciso definir estrategias para que o corpo clínico participe do processo desde o começo”, explica Carolina. Para ela, fazer com que o profissional enxergue valor no processo apresentado pela gestão está entre os pontos centrais do processo.

Mara Márcia Machado, Diretora Executiva do IQG – Health Services Accreditation, corrobora a questão da gestão como ponto central das discussões para a conquista da acreditação. "Um novo modelo de gestão é condição necessária para que a transformação de um setor ocorra", conclui Márcia.

*Elaine Martins, especial para Saúde Business