As estimativas de incidência de câncer no Brasil não param de crescer. Em 2006, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) registrou, apenas de câncer de mama, 48.930 casos, com um risco estimado de 52 casos a cada 100 mil mulheres. Mas esse dado não afeta somente a saúde pública, mas também os custos.
De acordo com Luiz Antonio Santini, diretor-geral do Inca, a gestão hospitalar, tanto do ponto de vista clínico como administrativo, sofrerá impactos diante do aumento da incidência do câncer. "Todo o segmento vai sofrer. A grande parte das cirurgias ligadas ao câncer é de alta complexidade e exigem a internação do paciente por vários dias em unidades de terapia intensiva. Todos terão que investir mais em equipamentos, equipe médica, medicamentos, o que gera ampliação de custos", informa.
Mas como solucionar um problema que se desenvolve em cadeia? Afinal, para o instituto o número de casos da doença está diretamente ligado ao envelhecimento da população brasileira. Um fenômeno que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) alerta há anos que até 2025 o número de idosos será de 34 milhões de pessoas, quase 15% da população brasileira. "O que deve ser feito é otimizar os custos e atacar a doença em sua fase inicial. Para tanto, é preciso investir em prevenção e olhar o câncer como um problema de saúde pública", acredita Santini.