Tanto o trabalho quanto a atuação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em relação às necessidades dos hospitais recebem notas médias pouco expressivas. Em escala de 0 a 10, recebem 5 e 4 respectivamente.
Os hospitais cobram que a entidade assuma o papel de fiscalizadora do cumprimento do contrato e da qualidade do atendimento da saúde. Também esperam que seja mediadora nos contratos e negociações (estabelecendo regras claras, índices de reajuste) e de fornecedora de informações (sobre avanços tecnológicos, situação jurídico-financeira das operadoras, etc.)
TISS
55% dos entrevistados da pesquisa acredita que a TISS melhorará relacionamento entre operadora e prestadores de serviço, principalmente porque ela padronizará os formulários, os atendimentos e os custos (39%).
Mas também porque aumentará a velocidade na troca (18%), a qualidade e segurança (16%) e o acesso a informação (14%).
Cerca da metade dos prestadores acredita que, com a TISS, a ANS poderá exercer ingerência na sua atividade (52%), enquanto 43% não crêem nessa interferência.
Segundo a gerente de integração da ANS, Jussara Rötzsch, a agência está preocupada com a insegurança jurídica e disse que o Conselho Federal de Medicina (CFM) está trabalhando na elaboração de uma resolução que aborde a questão do sigilo das informações.
Contratualização
A maioria dos hospitais afirma que a contratualização não ajudou no relacionamento financeiro e comercial com as operadoras porque ela criou problemas no reajuste/remuneração e regras pouco objetivas e claras. Do total de contratos que os hospitais atendem, cerca de apenas um terço são atualizados de acordo com a RN 42.
Além disso, a maioria dos hospitais particulares acredita que as cláusulas dos contratos apresentados pelas operadoras não são claras nem bilaterais e que não há um índice pré-definido de reajuste para os contratos assinados.
Para isso, as entidades sugerem que a ANS tenha um papel mais atuante, ou seja, que redija um contrato padrão entre operadoras e prestadores de serviços.