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Como a MCDA pode influenciar na adoção de tecnologia em saúde?

Article-Como a MCDA pode influenciar na adoção de tecnologia em saúde?

Análise de decisões multi-critérios (MCDA) é uma ferramenta de apoio a decisão que ganhou notoriedade nos anos 70. - Tecnologia em saúde

Análise de decisões multi-critérios (MCDA) é uma ferramenta de apoio a decisão que ganhou notoriedade nos anos 70, com a ideia de que o uso de multi-critérios traz melhores tomadas de decisões. Ela foi discutida no ISPOR Brasil. Os palestrantes citaram que, em vários países, esta análise já está sendo usada e proporciona transparência dos quesitos utilizados e do peso de cada um deles para a decisão tomada.

Segundo Marisa Santos, representante do NATS INC, é um método que auxilia a tomada de decisão. Estas decisões devem ser baseadas em mais de um critério e, de maneira alguma, este método não funciona como receita, em que um índice determina a adoção e outro a rejeição. Ela serve para basear esta decisão de forma mais ampla e deve ser transparente, replicável, robusta, flexível e abrangente.

Alguns de seus usos principais têm sido para financiamento de pesquisa, autorização, investimento e regularização, em que o principal deles é o investimento para priorização de recursos e esforços.Uma vez fechada a lista de critérios, deve haver uma determinação dos pesos de cada um deles. 

O EMA (Europa), o Institute os Medicine (EUA) e o IQWiG (Alemanha) são algumas das instituições que trabalham com este tipo de metodologia, mas é importante enfatizar que este ainda é um processo incipiente e em desenvolvimento em todo o mundo. Os passos para a análise são: estabelecer o contexto, pensar nos comparadores, pesos, agregação e avaliação de sensibilidade.

Para Marcelo Nita, Pós-doutor em Ciências Médicas pela Universidade de Tokyo, um problema está na relação da ATS com os Protocolos Clínicos e avaliações econômicas. Eles têm sido capazes de responder nossas incertezas na incorporação de tecnologias? Um desafio constante para os decisões em saúde é balancear os múltiplos fatores, sejam clínicos, econômicos e sociais em seu processo de decisão. Estes fatores recebem diferentes níveis de importância entre os vários decisores ou seus influenciadores. Um ponto crítico, portanto, é que o mesmo seja compreensivo, consistente e transparente.

Os decisores são os pacientes, os prestadores de serviços, o NICE, o FDA/ANVISA e as companhias farmacêuticas e não somente os gestores em saúde, devidas as proporções de impacto e com perspectivas totalmente diferentes em suas intenções e abordagens.

Na cadeia de valor dos sistemas de saúde, temos diversos players em atuações completamente diferentes, mas o produto final deve impactar a qualidade do serviço voltada para o paciente. A ATS deveria focar não somente no melhor nível de evidências, mas também em todos os pontos da cadeia de valor de saúde.

Algumas abordagens, tais como a pesquisa clínica, a medicina baseada em evidências e a economia da saúde, têm sido utilizadas no contexto da avaliação de tecnologia em saúde. Contudo, esta tem sido incapaz de prover respostas satisfatórias para as múltiplas situações. 

O MDCA se refere a uma série de diferentes métodos, visando a estruturação de uma análise de uma tecnologia, para a tomada de decisão em grupo. Assim, é possível obter respostas objetivas e julgamentos transparentes no processo de decisão. Neste intuito, o MCDA pode usar de pesos ou escores definidos em consenso pelos interessados em dada matéria, que ao final permite agregar os vários critérios compensados por sua relativa importância. Inclusive, em uma medida única dos benefícios de uma dada tecnologia.

As características do MDCA são: melhorar a transparência e a consistência das decisões; facilitar a incorporação de outros fatores, como a produtividade no trabalho ou qualidade de vida ou ganho de função dos pacientes; aprimorar a comunicação dos ganhos clínicos, riscos e os custos associados com as tecnologias e; propiciar diferentes perspectivas dos interessados em dado assunto para a criação de uma discussão mais objetiva.

Ele já vem sendo usado na gestão farmacêutica para, principalmente, reembolso e cobertura de medicamentos, mas também está presente em prescrição, autorização e financiamento de pesquisa. Há, no entanto, a necessidade de evoluir com mais estudos no nosso ambiente, visando o desenvolvimento de soluções que atendam as necessidades do Brasil.