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Genômica is the new black

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“Nós produzimos conhecimento e inovação, e vocês são peças-chave. Hoje as informações se espalham muito rápido, e nós queremos que vocês tenham acesso e propaguem a informação correta, verdadeira.”, disse Carlos Marinelli, CEO do Grupo Fleury para os presentes durante o 4° Encontro de Jornalismo em Medicina Diagnóstica: Genômica is the New Black. Entre os porta-vozes estavam os principais executivos do Fleury e alguns convidados.

Marinelli diz que a iniciativa é parte da estratégia para promover a sustentabilidade no sistema. O intuito é estreitar o contato com os produtores de conteúdo, disponibilizando fontes adequadas com conhecimento específico, e assim evitar possíveis crises de informação na população. 

O tema genômica é usualmente relacionado ao câncer, uma vez que o cenário de envelhecimento populacional o torne mais evidente, embora esta não seja a sua única aplicação.  Antigamente o diagnóstico da doença era praticamente uma sentença de morte, mas hoje vivemos uma mudança significativa com a genômica, explica Daniella Kerbauy, Diretora Médica do Grupo Fleury. A grande promessa é a estratificação dos pacientes de acordo com os seus perfis genéticos e, a partir daí, realizar uma medicina de precisão, que de forma individualizada personaliza cada intervenção. 

Na primeira década dos anos 2000 houve uma grande evolução no sequenciamento do DNA com o método de Sequenciamento de Nova Geração (NGS). A tecnologia trouxe inúmeras vantagens em relação ao método convencional e possibilitou o sequenciamento do primeiro Genoma Humano. Edgar Gil Rizzatti, Diretor Executivo Médico e Técnico do Grupo Fleury, brinca ao mencionar um estudo de 2015 que comparava alguns geradores de dados como astronomia, Twiter, Youtube e a genética: “Eles descobriram que os dados genéticos têm ordens de grandeza muito acima de qualquer uma das outras. Não vamos mais falar em dados astronômicos e sim genômicos!”

A Diretora Executiva de Negócios, Jeane Tsutsui, lembra que codificar todo o genoma humano foi um projeto bastante audacioso, lento e custoso: quase US$ 3M ao longo de 15 anos. Hoje, graças à incorporação tecnológica, pode-se sequenciar um genoma por menos de US$ 1000, em algumas horas. “Nós disponibilizamos mais de 300 tipos de testes na área, e através da nossa plataforma, isso é disponibilizado para o Brasil inteiro”, conta Jeane, e revela “Hoje a nossa receita cresce 50% ao ano em genômica”.

Neste contexto, houve também um progresso bastante notório na busca por terapias cada vez mais alvo-específicas, diz Daniella. Após a retirada de uma amostra do tumor, é realizado o NGS e uma análise de bioinformática. Então entra em cena o Watson for Genomics, que busca insights para as mutações sinalizadas no exame em bancos de dados, e faz notações de acordo com a relevância do achado e pertinência clínica. Finalmente, este material é estudado e discutido por um board de especialistas que disponibilizam a sua conclusão em um laudo. A partir daí, o responsável pelo tratamento consegue escolher entre as linhas terapêuticas existentes, o melhor fit entre o perfil genético do tumor e a intervenção que melhor neutraliza o alvo.

“É claro que recebemos alguns questionamentos sobre o custo que isso agregará ao sistema.” diz Jeane, “Mas quando olhamos a cadeia de saúde, esse tipo de atuação só traz benefícios. Quando conseguimos direcionar o tratamento, há vantagens claras para o paciente, porque mudamos a sua trajetória. Existem vários estudos avançando para provar essa economia”.

Marinelli conta que em uma pesquisa recente entre o Fleury, o Hospital Pérola Byington e a desenvolvedora americana Genomic Health, verificou-se que em um grupo de 100 mulheres, 70% das indicações por linhas quimioterápicas não eram necessárias. Esse dado é importante pois o tratamento protocolo não iria surtir o efeito esperado e, então, mudou-se a conduta para uma alternativa eventualmente mais barata e com o custo social menor.

Segundo Edgar, nos últimos três anos, houve uma incorporação imensa de tecnologias relacionadas a transformação digital e integração de dados. E​m breve poderemos ter todas as informações capturadas nos gadgets do nosso dia a dia, imputadas em nosso prontuário eletrônico e fazer uso desse conhecimento de forma clínica. “Vamos evoluir a ponto de criar um mapa e ter um entendimento cada vez melhor dos fenômenos biológicos”, ele disse, se referindo ao processamento unificado de plataformas de análises clínicas, patológicas, bases de imagens, genômica e outras para suporte a decisão médica.

Sem dúvida isso gerará uma alta complexidade para análise desse conhecimento. Edgar fala que a maior preocupação é manter a proximidade com os médicos e os assessorar do pré ao pós atendimento, visando sempre o uso adequado dos recursos. 

“O sistema tem recursos finitos, e todos disputam os mesmos recursos. Logicamente vivemos em um mundo no qual pessoas com mais recursos têm mais acesso, de forma precoce ou em maior abundância. Que tal se distribuirmos esses recursos para quem mais precisa, quando precisa e na quantidade necessária?”, refletiu Marinelli, e continuou, “Inovação não é algo que fazemos pensando no futuro. Inovação é o que vivemos o tempo inteiro, o que estamos implementando. Nesses 90 anos, nós temos buscados soluções e é o que vamos fazer pelos próximos 90”.

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