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Pixeon, fazendo do Brasil o seu próprio Vale do Silício

Article-Pixeon, fazendo do Brasil o seu próprio Vale do Silício

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Não escutamos com muita frequencia ou destaque o nome da Pixeon, ainda. Talvez por ser B2B, ou pela ainda presente tendencia no Brasil de falar apenas o que grandes players do setor tem feito.

Mas a minha visão é que isso vai mudar, e muito rápido. Pra começar, depois da consolidação do setor de diagnósticos (colocado em dúvida com a venda do Fleury e o crescimento do Alliar e de laboratórios como Salomão&Zoppi pelo menos) e um ensaio de consolidação no setor hospitalar e de convênios (e a surpreendente entrada da UnitedHealth no país), o setor de imagens médicas ainda é um gigante não consolidado.

No mundo, você tem titãs como Carestream, que ainda se mantem bastante inovadora apesar do seu tamanho, mas pode ser a qualquer momento desafiada por abordagens mais inovadoras e novas plataformas (veja Nephosity e Jack Imaging para abstrações sobre um futuro distante, de um não-especialista).

Eu primeiro ouvi falar da Pixeon ha um ano e meio aproximadamente, antes da fusao com a Medical Systems. Nesse momento, eles chamaram a minha atenção por 3 fatos interessantes:

1. Uma fusão de pequeno/médio porte no Brasil, não tão comum e que no caso parecia representar a visão dos empreendedores de que havia algo grande por vir. O site da Medical Systems, descontinuado, ainda conta a notícia antiga da fusão na primeira página.

2. O investimento da Intel Capital, que também havia investido no MinhaVida, maior site de saúde do país, ou seja, bastante criteriosa e ambiciosas nos seus investimentos.

3. A presença da Claudia Goulart, ex-CEO da GE Healthcare América Latina, no seu conselho e bastante ativa nas suas atividades, de acordo com ela mesma.

Agora, provavelmente após um periodo de “gastar” o investimento e acertar a casa, a Pixeon chama a atenção de novo por 2 movimentos:

1. primeiro destaque na Valor Econômico, onde recebeu R$ 50 milhões do fundo Riverwood Capital, um fundo que apesar de estar há alguns anos no Brasil so tinha feito 2 investimentos significativos (um de 15 milhões e um de 100 milhões). O que chama mais atenção aqui é o tamanho do investimento, liderado por um único investidor (você não deve ter visto muitas “general Web Startups” levantando essa quantia de dinheiro no Brasil). Conhecemos o Joaquim Lima, diretor executivo da Riverwood, em um jantar de investidores no Hotel Unique há alguns anos e ele não parecia muito interessado em saúde na época. Aparentemente, o time da Pixeon fez ele mudar de ideia.

2. O outro fator que chama atenção, e parece que passou mais despercebido pelo público, foi o quase simultâneo aporte de R$ 7,3 milhoes de reais da FINEP para o projeto Portal do Paciente (você pode ler mais sobre essa tendência aqui em um artigo da Diretora Global de Marketing do Carestream), aparentemente chamado de ClickVita na notícia do Valor Econômico. Essa tendência foi citada nesse artigo sobre a RSNA 2013 - Radiological Society of North America (resumo) como uma das 5 principais tendências da conferência. Os pacientes querem ter acessos aos exames, os médicos querem nuvem, e qualquer solução que não inclua esses dois fatores parece que estará fora do jogo em breve.

Uma coisa importante é notar a startup Image2Doc, recentemente aprovada pelo programa Startup Brasil e que oferece uma solução semelhante, espelhada na Image32, dos EUA, mostrando que essa tendência vai chegar de uma maneira ou de outra.

Pra você que ainda não tinha notado esses movimentos, vale a pena começaar a prestar atenção no que essa empresa está mostrando que é possível fazer no Brasil, com capital brasileiro ou não, seguindo tendências globais, apostando alto (R$ 50 milhões), e com planos de crescer 50% ao ano. Fica a mensagem que talvez o Brasil não seja o problema, mas os empreendedores brasileiros que não estão sabendo olhar os bons exemplos como a Pixeon.

Nota: Após a publicação do texto, fomos contatados pela assessoria de imprensa da Pixeon, que nos informou que a empresa optou por não utilizar o investimento aprovado pela FINEP, e destacou também o maior contrato da sua história, com o grupo Hermes Pardini.