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Secretaria do Estado da Saúde de São Paulo lança grupo de observação da gripe

Comitê gerenciador terá representantes da Secretaria da Saúde, Instituto Adolfo Lutz, Unifesp e Hospital das Clínicas

A Secretaria de Estado da Saúde anuncia, nesta terça-feira, dia 15, no Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, o lançamento do Grog ? Grupo Regional de Observação da Gripe, cuja tarefa é realizar a vigilância epidemiológica da doença em todo o Estado.
O comitê gerenciador é formado por representantes da Secretaria da Saúde, Instituto Adolfo Lutz, Unifesp e Hospital das Clínicas. Originária da França e usada em países europeus, a sigla foi cedida pela multinacional franco-alemã Aventis Pasteur.
Atualmente, milhares de pessoas estão lotando prontos-socorros e clínicas vitimadas pela gripe provocada pelo Fujian, subtipo do vírus Influenza, causador da doença. É a gripe mais forte dos últimos tempos, conforme alerta da OPAS (Organização Panamericana de Saúde). A Organização Mundial de Saúde (OMS) já prevê a chegada de uma pandemia de gripe para os próximos anos.
O Grog será coordenado por Luiz Jacintho da Silva, coordenador dos Institutos de Pesquisas da Secretaria da Saúde. Nesta terça-feira, a secretaria instalará o comitê gerenciador do grupo que será formado por representantes do Instituto Adolfo Lutz (o diretor Carlos Adalberto Sannazarro e a pesquisadora do Serviço de Virologia Terezinha Maria de Paiva); do Centro de Vigilância Epidemiológica (o diretor Carlos Magno Fortaleza e a diretora-técnica da Divisão de Doenças de Transmissão Respiratória Telma Regina Marques Pinto Carvalhanas); Hospital das Clínicas de São Paulo (Gabriel Oselka e Lúcia Bricks); Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal/Unifesp (João Toniolo Neto e Calil Farhat) e Aventis Pasteur (Jéssica Presa).
A partir da posse, o comitê gerenciador vai definir os procedimentos do Grog, que repassará as informações coletadas OMS que, todos os anos, recomenda aos laboratórios farmacêuticos a composição da vacina, de acordo com a mutação do vírus observada ao redor do mundo.
O Grog terá como objetivo reforçar o sistema de vigilância epidemiológica já existente no Estado, expandindo o número de centros de coleta de amostras de pacientes com sintomas de gripe. As análises realizadas vão revelar a localização geográfica, sazonalidades, pico de incidência e extensão da atividade gripal, faixa etária dos grupos afetados e características dos vírus em circulação.
Paralelamente, vai funcionar como um grande banco de dados sobre as doenças respiratórias. Além de fornecer índices de mortalidade e consumo de medicamentos, afere a relação entre incidência das doenças respiratórias e as variações de temperatura, poluição atmosférica e índices pluviométricos, registrando o grau de comprometimento dessas doenças com o absenteísmo nas empresas e as admissões hospitalares.
Há quatro anos, o Ministério da Saúde começou a implantar o plano de vigilância epidemiológica da gripe no País. Em São Paulo, a Secretaria de Saúde criou o Sistema Sentinela da Vigilância da Influenza, que segue o modelo determinado pelo ministério e adotado em 12 Estados da federação. Semanalmente, o sistema promove a coleta de amostras de pacientes com sintomas de gripe em duas unidades da Capital: o Hospital Menino Jesus e o Hospital da Vila Maria José Estoropolli. As amostras são submetidas a exame laboratorial no Instituto Adolfo Lutz que, ao lado Fundação Oswaldo Cruz/Fiocruz (Rio de Janeiro) e do Instituto Evandro Chagas (Belém do Pará), é um dos centros de referência epidemiológica do vírus Influenza.
Nas amostra positivas, o vírus é classificado por tipo e as mostras liofilizadas e remetidas ao Centro de Controle e Prevenção de Doenças de Atlanta (EUA), responsável por nova análise e complementação das características do vírus. A OMS compara os dados de Atlanta com as informações do Instituto de Pesquisas Médicas do Reino Unido (em Londres, na Inglaterra) e do CSL Limited (em Melbourne, Austrália). Com base nessas análises, a OMS determina a composição da vacina contra a gripe para os laboratórios farmacêuticos.
De 1995 a 2000, o Grog já funcionou no Brasil em parceria com o Instituto Adolfo Lutz e o Centro de Controle e Prevenção de Doenças de Atlanta (EUA), sob coordenação do geriatra João Toniolo Neto, atual coordenador do Grupo de Estudos da Gripe da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal (Unifesp). O grupo contava com apoio da Aventis Pasteur (na época Pasteur Mériex Connaught), detentora do nome Grog e fornecedora dos swabs nasais ? hastes flexíveis, com algodão na extremidade, usadas para a coleta de células e secreções nasais das pessoas com sintomas de síndrome gripal.
Neste período, o Grog Brasil se destacou pela coleta sistemática de dados sobre a circulação do vírus da gripe no País e pela realização em 1996 da primeira vacinação de idosos, que envolveu 500 pacientes cadastrados no Centro de Estudos do Envelhecimento da Unifesp. Três anos depois, o Ministério da Saúde incluiu a imunização de maiores de 65 anos no calendário nacional de vacinação. Em 2004, foram vacinados mais de 10 milhões de idosos em todo o País.
Durante seu funcionamento, o Grog Brasil contou com a colaboração de 17 centros em seis Estado: São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia e Pernambuco. Em São Paulo, colaboravam os ambulatórios de geriatria da Unifesp e do Hospital das Clínicas de São Paulo (USP), a Unesp de Botucatu, a Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, a Fundação Faculdade Regional de Medicina de São José do Rio Preto.
Com apoio da Aventis Pasteur, o Grog Brasil enviava para esses centros colaboradores os kits para coleta de swabs nasais e cultura viral. Esses centros coletavam em média duas amostras por paciente com sintomas de gripe, que eram remetidos para o Instituto Adolfo Lutz e, posteriormente ao Centro de Controle e Prevenção de Doenças de Atlanta. A exemplo do que ocorre hoje, os dados de Atlanta eram remetidos para a OMS.

TAG: Hospital