Quando Dave atendeu ao telefone em seu escritório, numa manhã de 2007, não imaginava que aquela ligação iria inspira-lo tão intensamente dali em diante.
Dave foi informado que estava com câncer e que teria no máximo 24 semanas de vida.
Aos 57 anos de idade, o ex-estudante hippie de Cambridge e então executivo Dave deBronkart sentou-se na frente de um computador e começou a pesquisar tudo o que era possível saber sobre o assunto. Fez aquilo a que muitos médicos abominam pelo fato de que um “leigo” não está treinado para filtrar informações médicas e tomar decisões relativas à sua própria saúde (hoje Dave brinca dizendo que encontrou sua esposa na internet, e que sabe “sim” filtrar o que vem pela rede).
Controverso ao seu modo, Dave foi adiante em sua pesquisa e – em pouco tempo – encontro numa rede social para pacientes com câncer uma recomendação de tratamento que acabou por salvar sua vida.
Hoje o velho Dave é um dos principais porta-vozes do movimento “E Patient” no mundo e participa de fóruns importantes onde expõe sua experiência e apela para que médicos aceitem a participação ativa de pacientes na definição de seus tratamentos. Além de ser um defensor “ferrenho” da idéia de que os dados registrados nos prontuários médicos devem pertencer aos pacientes; pois ali existem informações sobre “seus próprios corpos e suas vidas”.
O movimento tem na internet social um dos pilares de sua sustentação e defendem que um E-Patient deve ser Engajado, Equipado, Educado e Habilitado (Enable) para que possa ajudar.
Dave deBronkart acaba de lançar um livro em que nos leva a refletir sobre esse novo momento da medicina, a chamada medicina participativa, e também está acessível na internet através de suas palestras em fóruns como a TED.
Estamos discutindo sua visita ao Brasil em breve, mas ainda não chegamos a um acordo sobre a data. Eu brinco em nossos e-mails e repito a ele seu próprio bordão, que ficou conhecido nos eventos em que participa “Gimme my “data”, Dave!”.
Homo-conectus, são paulino e administrador com mestrado pela FGV e especialização pelo College of Insurance / NY. Ocupou posições de Diretor Corporativo de Marketing, Diretor de Serviços de Valor Agregado e Digital Head Officer. Implementou projetos nas áreas de cartões, seguros, benefício farmácia, promoção de saúde, medicina preventiva, hospitais, planos de saúde e dental. É fundador da consultoria Digital Health Revolution que dedica-se ao desenvolvimento de projetos digitais para alguns dos mais importantes provedores de saúde do Brasil.
