Como já anteriormente tratado nessa coluna, as quedas entre idosos constituem um grave problema de saúde pública, pelo seu alto grau de morbidade. Se uma queda ocorrida dentro de casa (70% desses acidentes ocorre em casa) pode ter esse grande impacto, é possível ter dimensão do impacto causados por acidentes de trânsito envolvendo idosos.
Em Curitiba, no ano de 2013, houve registro de 30 mortes por atropelamentos entre idosos. Além disso, do total de acidentes com pedestres, 34% foram com pessoas com mais de 60 anos. Tais dados fazem do grupo etário o de maior risco na cidade. Diante desse quadro, a capital, que no passado ganhou fama com seus projetos urbanísticos focados na ecologia e qualidade de vida dos cidadãos, volta a inovar.
Encontra-se em fase de testes um semáforo que dá mais tempo de travessia para idosos e pessoas com dificuldade de locomoção. Instalado estrategicamente numa área muito frequentada por esta faixa etária, o semáforo aumenta em seis segundos o tempo de travessia da rua (de 12 para 18 segundos), sempre que um idoso munido de seu cartão de transporte público o encosta em um sensor.
Por enquanto o projeto ainda é piloto, e será testado por 90 dias. No entanto, se aprovado, o semáforo adaptado será implantado em locais com alto índice de atropelamentos e com maior fluxo de idosos, as maiores vítimas desse tipo de acidente em Curitiba.
Esse é um exemplo interessante de como a saúde está integrada no funcionamento das cidades, e de como tecnologias embutidas no ambiente podem ter impacto positivo na qualidade de vida da população, o que aproxima essa discussão da saúde 2.0.