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Mortes por ebola se aproximam de 4,5 mil em sete países

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Enquanto número de infectados na África cresce, EUA registra falha de protocolo e segunda enfermeira doente. Obama reage requisitando ‘resposta agressiva’

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou na quarta-feira (15) que 4.493 pessoas morreram em decorrência do vírus ebola nos sete países onde a doença chegou. Ao todo, 8.897 pessoas foram contaminadas pelo vírus na Guiné, na Libéria, na Nigéria, no Senegal, em Serra Leoa, na Espanha e nos Estados Unidos.


A pior situação ainda é a da Guiné, da Libéria e da Nigéria, onde há uma epidemia da doença. Nos três países da África Ocidental ficaram concentradas 4.484 mortes em 8.973 casos da doença. Ao todo, 427 profissionais de saúde foram contaminados pela doença, sendo que 236 morreram.

Na segunda-feira, o Ministério da Saúde brasileiro descartou a primeira suspeita de ebola no país. Um homem vindo da Guiné procurou uma Unidade de Pronto-Atendimento em Cascavel (PR) depois de ter febre. Ele ficou isolado e, depois de dois exames, ficou confimado que ele não tinha o vírus. O paciente teve alta hoje.

A OMS estima que o número de novos casos de ebola deve subir, em dezembro, dos atuais mil para 5 mil a 10 mil casos por semana.

A febre hemorrágica ebola não é transmitida pelo ar, e sim pelos contato com fluidos corporais infectados, como vômito, sangue, diarreia e suor. Inicialmente, a pessoa infectada apresenta febre, seguida de dores no corpo, na cabeça e na garganta. Náuseas, vômitos e diarreias costumam preceder a pior fase da doença, que é sangramentos internos e da pele. Tais sintomas costumam aparecer antes de completados cinco dias da contaminação, porém podem vir até o 21º dia.

Estados Unidos
O Hospital Presbiteriano do Texas, em Dallas, onde foi registrado o primeiro caso de ebola nos Estados Unidos, cometeu erros de gestão envolvendo o paciente que morreu há uma semana e contagiou duas enfermeiras. O diretor clínico da Texas Health Resources, consórcio de saúde ao qual pertence o hospital, Daniel Varga, comparece na quinta-feira (16) à Câmara dos Representantes, mas o documento que será apresentado por ele já foi difundido por meios de comunicação norte-americanos.

“Infelizmente, cometemos erros no primeiro contato com o paciente contaminado, apesar das melhores intenções nossas e da equipe médica altamente qualificada”, admite Daniel Varga, desculpando-se também por “não ter diagnosticado corretamente os sintomas do ebola”.

O paciente procurou pela primeira vez o Hospital Presbiteriano do Texas no dia 25 de setembro, com febre e dores abdominais, mas os médicos deixaram que ele voltasse para casa com antibióticos, sem levar em consideração que o homem vinha da Libéria. Três dias depois, ele voltou ao hospital e foi colocado sob quarentena.

Varga também reconheceu erros no “esforço de comunicar o que se passava de forma rápida e transparente à opinião pública”, os quais “inquietaram uma comunidade que já estava preocupada e confundida”. O executivo explicou que, devido a esses erros, o hospital adotou “uma série de mudanças baseadas nas lições aprendidas”.

Durante o período em que o paciente ficou internado, pelo menos duas enfermeiras que o atenderam foram infectadas pelo vírus. O segundo caso de contaminação foi confirmado no dia anterior, quando as autoridades norte-americanas colocaram sob alerta todos os passageiros de um voo feito por uma enfermeira, na última segunda-feira (13), entre Cleveland e Dallas, quando ela já apresentava febre.

Fontes governamentais indicaram que ela consultou o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, no sentido de saber se poderia fazer a viagem de avião e que foi autorizada. Após ter sido diagnosticada com o ebola, a paciente foi transferida para o Hospital Emory de Atlanta, que já tratou norte-americanos repatriados da África Ocidental depois de confirmado o diagnóstico.

Entretanto, as autoridades de Dallas planejam divulgar ainda uma declaração de emergência face ao risco de contágio do vírus. A cidade registra uma morte, três casos confirmados e 118 pessoas em potencial risco de contrair o vírus, das quais mais da metade integra o pessoal de saúde.

Resposta agressiva
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, prometeu uma "resposta muito mais agressiva" e eficiente para impedir a propagação do vírus ebola no país. Ele convocou reunião de emergência - a terceira em quatro dias, realizada na noite de quarta-feira, após a repercussão do segundo caso de contaminação por ebola no país, o de outra funcionária do hospital em Dallas, no Texas.

Obama informou que equipes da Swat (polícia americana) serão encaminhadas em 24 horas a qualquer hospital que tenha tido um paciente contaminado pelo vírus. Além disso, o governo federal vai fazer contato com pessoas suspeitas de infecção antes mesmo que os sintomas sejam apresentados.

Para promover a reunião, o presidente cancelou viagem que faria para apoiar a campanha dos Democratas às eleições legislativas do mês que vem. Isso porque o segundo caso, revelado ontem de manhã, repercutiu negativamente na imprensa e na opinião pública.

Reforço global
O Conselho de Segurança das Nações Unidas pediu um aumento drástico da ajuda dos Estados-Membros para enfrentar a epidemia de ebola, considerada a questão de saúde "mais grave dos últimos anos”. Muitos países ocidentais, alguns deles agora afetados por casos de contágio em seus territórios, decidiram reforçar medidas de controle nas fronteiras.

“A progressão sem precedentes da epidemia de ebola na África Ocidental representa uma ameaça à paz e à segurança internacionais”, ressaltou o conselho, que pediu aos Países-Membros da Organização das Nações Unidas que aumentem a "ajuda financeira e material” aos países atingidos pelo vírus.