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Judicialização na Saúde não deve ser “negócio de advogados” diz Ricardo Barros

Article-Judicialização na Saúde não deve ser “negócio de advogados” diz Ricardo Barros

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Evento também teve a participação de David Uip, médico infectologista e Secretário de Saúde do Estado de São Paulo, Claudio Lottenberg, presidente da UnitedHeathGroup Brasil, entre outros

Ao fazer um balanço do governo sobre a saúde no Brasil durante o EXAME FÓRUM SAÚDE, que aconteceu nesta terça-feira (12), no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, o Ministro da Saúde, Ricardo Barros, falou sobre os principais gargalos para a eficiência na gestão da saúde no Brasil.  Segundo o ministro, o governo poderia aproveitar melhor o trabalho dos colaboradores do SUS. “Já economizamos R$ 4 bilhões comprando exatamente o que compramos no ano passado com menos dinheiro e com isso ampliamos o acesso e adquirimos muito mais medicamentos”, afirmou.

De acordo com o ministro, para atacar a judicialização da saúde, o governo fechou um acordo com o Conselho Nacional de Justiça para a criação de núcleos de avaliação de novas tecnologias para profissionais médicos. Desta forma, os profissionais da saúde poderão ser consultados por magistrados que queiram ter uma opinião médica antes de proferir uma sentença.

“Também implantamos o S-Codes, um software desenvolvido pelo Estado de São Paulo que será aplicado em todo o Brasil para termos o controle amplo da judicialização, e possamos avançar cada vez mais em evitar que a judicialização se torne um negócio para escritórios de advogados”, disse Barros durante o evento, que teve como tema central “Como construir o futuro da Saúde no Brasil”.

No debate de abertura, David Uip, médico infectologista e Secretário de Saúde do Estado de São Paulo e Claudio Lottenberg, presidente da UnitedHeath Group Brasil, discutiram “Como construir políticas públicas eficientes na área de saúde”. “Não dá para separar o público do privado na saúde”, garantiu Uip. A visão foi reforçada por Claudio Lottenberg, presidente do UnitedHealth Group do Brasil. “Criamos um divórcio, a percepção de que o sistema público tem de caminhar de forma independente do privado. Mas, se olharmos exemplos internacionais, não é o que acontece”, disse.

Em seguida, Lenir Santos, consultora do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde e coordenadora de Instituto de Direito Sanitário Aplicado e Renato Velloso Dias Cardoso, membro do conselho da Clear Aligner Brasil, sócio-investidor e membro do conselho do Dr. Consulta, discutiram as oportunidades e desafios para conjugar esforços no Talk Show “Saúde pública x saúde privada”.

Para Lenir, “uma atenção básica de qualidade tem que resolver 85% das necessidades das pessoas que chegam a ela. Só 15% deve ser encaminhado para a atenção de maior custo”, defendeu. Renato Velloso Dias Cardoso concordou, destacando que “precisamos evitar ao máximo a hospitalização.”

Marcelo Minerato, presidente da Aon, e Sidney Klajner, presidente do Hospital Israelita Albert Einstein, debaterem “O nó dos custos em alta”. “Uma dor na perna pode ser examinada pelo médico de família e pode ser tratada sem um exame de ressonância, se dermos informação suficiente para que o paciente saiba qual serviço de saúde procurar”, sugeriu Klajner. Diante de planos de saúde que atuam quase como “um cartão de crédito pré-pago sem limite”, Minerato consentiu, salientando a importância de “resgatar o valor do médico de família, que é uma das respostas para essa equação em vários países do mundo”, disse.