No entanto, a comissão de controle de infecções carece de dados e, sem dados, não há como atuar e melhorar os indicadores.
A Qualis surgiu para mitigar esta situação através da telemedicina. O conceito inovador funciona do seguinte modo: a telemedicina como uma ferramenta de auditoria externa e de segunda opinião.
Suponha o seguinte: uma paciente idosa com uma infecção bacteriana que tem a necessidade de tomar antibiótico. Dentre as infinidade de medicamentos existentes, recebe aquela que não está adequada à sua idade e que podem gerar efeitos colaterais mais severas. Numa situação assim, a Qualis pode ajudar o médico: a partir da entrada de alguns dados do paciente e da auditoria externa, o melhor tipo de medicamento e sua dosagem é enviado ao profissional. A auditoria demora em torno de 5 minutos e é totalmente aprovado pelo CFM já que é feito de profissional para profissional.
De acordo com o Rodrigo, diretor médico da Qualis, 50% dos antibióticos são usados de modo inadequado no ambiente hospitalar. Isto se traduz em aumento do tempo de internação, de efeitos colaterais, de risco de população de superbactérias e torna o custo mais oneroso para o hospital, pacientes e seguradoras. Em outras palavras, para todos os stakeholders, em especial o paciente, o resultado é negativo.
As notificações do qualis podem ser via SMS, aplicativo ou pela plataforma web e através da parceria com a Salux, um serviço que pode ser adquirido com a Qualis, facilitou a comunicação entre os sistemas: a integração dos dados do laboratório e do prontuário eletrônico do paciente cria um trânsito de informação muito mais fluido entre os diversos departamentos e para o controle da infecção.
Os dados epidemiológicos podem ser ajustados para o departamento, hospital e materiais diversos - o perfil de sensibilidade de diversas bactérias e são geradas. Um dos casos demonstrou um aumento da adequação de antibiótico de 40 para 78% em 7 meses e 50 mil reais de economia mensal num hospital de pequeno porte.
A ferramenta de auditoria externa é uma ajuda aos médicos que permite um tratamento melhor para o paciente e um controle epidemiológico adequado, tornando menos oneroso para o hospital e impactando positivamente a experiência de tratamento para o paciente, ao reduzir o risco de aparição de superbactérias e efeitos colaterais. Afinal, ninguém gosta de estar doente mas também ninguém deseja que o seu remédio torne o seu veneno.
