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Importância de dispositivos touchless para a saúde pública

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Diante da pandemia de Covid-19, os olhares do mundo se voltaram para a busca de soluções que visem minimizar o contágio pela doença. Mas é preciso se atentar a outras enfermidades causadas por vírus e bactérias que também necessitam de cuidados. Por isso, a bióloga, mestre e doutoranda em Imunologia pela UFMG, Ana Clara Matoso, destaca a importância de dispositivos touchless, que dispensam o contato físico, para evitar a transmissão de doenças.

A bióloga aponta que a disseminação de microrganismos e a propagação de infecções é preocupante em todo o mundo e, após o início da pandemia do novo coronavírus, têm aumentado o número de diretrizes e legislações para o controle da propagação destas infecções em espaços públicos. De acordo com a doutoranda, a contaminação por contato pode ocorrer por contato direto com um paciente infectado ou indiretamente por meio de um objeto ou superfícies contaminadas, que funcionam como reservatórios de microrganismos que se espalham por quem entra em contato com ela, principalmente em locais onde passam um alto número de pessoas por dia, como, instituições públicas, instituições de ensino e espaços de atendimento à saúde”, explica.

Para Ana Clara Matoso, evitar o contato com superfícies poderia auxiliar na redução da disseminação de doenças, como o novo coronavírus. Ela destaca que o desenvolvimento de novas tecnologias tem permitido essa realidade com sistemas touchless, onde os objetos são acionados por sensores sem a necessidade de encostar. Exemplos de equipamentos que já possuem essa tecnologia são bebedouros e torneiras, extremamente necessários e utilizados em locais públicos, como o inovador dispositivo ‘anti-coronavírus” ÀguaàLaser, criado e patenteado pela empresa mineira Beloar.  

ÀguaàLaser consiste em um sensor infravermelho que detecta quando a mão se aproxima do bebedouro ou torneira, que libera a água sem a necessidade de tocar em botões, abrir ou fechar o registro. “Estas tecnologias são um passo a frente para o futuro das políticas de controle de infecções. Portanto, mais estudos envolvendo este tipo de tecnologia devem ser realizados a fim de aproveitar seu potencial para melhorar o controle de surtos de doenças infecciosas que estão se tornando cada vez mais frequentes nos dias de hoje”, explica.

O CEO da Beloar, Muriel Ornela, afirma que o ÁguaàLaser, que já tem unidades instaladas em indústrias, supermercados e academias, tem como foco agora as instituições de ensino, que precisam voltar a receber os alunos, mas não podem expor estudantes e colaboradores a riscos, e hospitais, que são os locais mais potencialmente propensos a ser fontes de contaminação. 

A doutoranda em Imunologia, Ana Clara Matoso, reforça a necessidade de evitar o contato físico em estabelecimentos de saúde. Ela ressalta que até 40% das infecções hospitalares são causadas por toque em superfícies contaminadas. “Como as superfícies destes espaços frequentemente não são limpas ou desinfetadas corretamente durante a limpeza do ambiente, várias metodologias ‘sem toque’ estão sendo consideradas para ajudar no controle de doenças que podem ser transmitidas pelo contato das mãos com superfícies contaminadas, como é o caso no novo coronavírus. Em muitos estudos, evitar o contato se mostrou melhor que desinfetar porque evita a seleção de microrganismos resistentes à limpeza, principalmente bactérias”, destaca

O CEO da empresa responsável pela invenção e produção do dispositivo “anti-coronavírus”, Muriel Ornela, afirma que os pedidos não param de chegar e várias instituição de ensino, como a Universidade de Brasília (UNB) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), já estão instalando os equipamentos com a tecnologia touchless como estratégias para evitar o Covid-19 e outras infecções.  “O nosso equipamento simplifica e facilita a utilização, pois com a instalação dos dispositivos touchless, os bebedouros e torneiras poderão voltar a ser utilizados e as empresas, corporações, instituições públicas e escolas poderão voltar a oferecer água para seus usuários com segurança”, explica o empreendedor.

Poder usar bebedouros e torneiras com tranquilidade e segurança será um alívio para quem precisa consumir água fora de casa. “Com o nosso dispositivo, profissionais de saúde, alunos, seus responsáveis e qualquer outra pessoa podem ficar tranquilos, pois, pelo menos os bebedouros como meio de contaminação ficam totalmente descartados”, explica Muriel Ornela, que já firmou um contrato de venda de 1300 unidades para a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Outras instituições de ensino já demonstraram interesse ou já confirmaram a compra de equipamentos, como a Universidade Estácio de Sá, várias escolas municipais de Belo Horizonte e o sistema SESI/SENAI de Goiás.

A bióloga, mestre e doutoranda em Imunologia pela UFMG, Ana Clara Matoso, relacionou alguns microrganismos encontrados em superfícies e que podem causar doenças graves:

Bactérias:

Acinetobacter spp. (Infecção do trato respiratório, pneumonia, infecção da ferida, bacteremia)

Campylobacter spp. (Gastroenterite - diarreia)

Clostridium difficile (Gastroenterite - diarreia, colite pseudomembranosa)

Enterococcus spp (Endocardite, meningite, infecção relacionada ao cateter hospitalar)

Escherichia coli (Gastroenterite - diarreia, peritonite, infecção do trato urinário)

Klebsiella spp. (Infecção do trato urinário, pneumonia, infecção do trato respiratório)

Salmonella spp. (Febre entérica, gastroenterite-diarreia)

Staphylococcus spp (Gastroenterite-diarreia, infecção de pele, pneumonia, infecção relacionada ao cateter hospitalar)

Fungos:

Aspergillus spp. (Infecção pulmonar, infecção de pele, infecção do sistema nervoso central, endocardite)

Candida spp. (Candidíase oral e vaginal)

Vírus:

Coronavírus spp. SARS (síndrome respiratória aguda grave) e MERS (síndrome respiratória do Oriente Médio)

Influenza vírus (Gripe)

Norovirus (Gastroenterite - diarreia)

Rotavirus (Rotavirosos – diarreia aguda)