Apesar de não questionar as razões que motivaram a paralisação dos servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (ABRAMED) informa que a paralisação vem afetando as atividades fiscalizatórias relacionadas ao desembaraço aduaneiro de insumos e equipamentos essenciais ao bom funcionamento da medicina diagnóstica, dependente, em todo território nacional, de insumos para execução de exames de análises clínicas e diagnóstico por imagem.

“Vale dizer que os estoques de grande parte das entidades que atuam no setor estão praticamente esgotados. A previsão é de que, a partir desta semana, algumas entidades estarão totalmente desabastecidas, e, portanto, impossibilitadas de realizar parte dos exames diagnósticos”, afirma Abramed, em comunicado.

De acordo com a Associação, a falta de insumos e equipamentos utilizados na medicina diagnóstica pode gerar graves consequências à vida humana. Como exemplo, os pacientes com doenças crônicas, como os diabéticos, os portadores de Hepatite C, HIV e outras, só podem dar adequado andamento ao tratamento por meio da realização de exames periódicos de controle, os quais, por sua vez, dependem de insumos que estão por se esgotar.
No caso de pessoas com câncer sob tratamento quimioterápico, há necessidade de se realizar exames semanais que orientam continuidade ou não de quimioterapia ou outra medicação a ser aplicada. Ainda com relação ao câncer, os exames com marcadores tumorais que apoiam diagnóstico de metástases, tampouco poderão ser realizados em virtude da ausência dos adequados.

“Pacientes transplantados ou aqueles que aguardam na fila de transplantes poderão, igualmente, ser vítimas da falta de insumos e equipamentos de diagnósticos, pois estarão impedidos de realizar exames de acompanhamento ou aqueles necessários à liberação dos transplantes”, diz.

A paralisação nos postos aduaneiros tem excluído os brasileiros dos tratamentos medicinais disponíveis e necessários.
Parecer:

“Diante do caótico cenário gerado, a Abramed acredita não ser mais possível aguardar o término da greve, sob pena de prejudicar sobremaneira a sociedade, especialmente aqueles que aguardam e necessitam de tratamento de saúde e, por este motivo, solicita atendimento aos fornecedores que estão tentando, por meios adequados e legais, liberar os insumos.

Dessa maneira, Abramed informa aos seus associados e à sociedade brasileira que está adotando as medidas pertinentes com a finalidade de preservar o diagnóstico solicitado pelos médicos aos seus pacientes e, igualmente, manter as atividades de seus associados, resguardando os interesses dos cidadãos brasileiros no tocante ao acesso aos adequados serviços de atenção à saúde”.