A MV anunciou a fusão com a Dr. Tis, empresa especializada em soluções para diagnóstico por imagem, durante a edição 2025 da Hospitalar. O movimento marca a integração de duas empresas brasileiras com foco na ampliação de portfólio e atuação em saúde digital, especialmente nas áreas de interoperabilidade, inteligência artificial e serviços baseados em nuvem.

De acordo com Paulo Magnus, CEO da MV, a operação visa combinar a experiência da empresa em gestão hospitalar com a especialização da Dr. Tis em tecnologia para medicina diagnóstica. “Com a fusão, passamos a atender todos os nichos do mercado de diagnóstico por imagem”, afirmou, destacando que o objetivo é escalar soluções de forma a atender tanto clínicas de pequeno porte quanto grandes instituições.

Jihan Zoghbi, fundadora e CEO da Dr. Tis, ressalta que a decisão partiu de uma convergência estratégica entre as empresas, ambas com atuação nacional e valores similares. “Trata-se de uma união complementar, que busca criar uma oferta mais abrangente e acessível. Nosso modelo permite atender desde instituições com um único equipamento até hospitais com dezenas de sistemas integrados”, disse.

A fusão inclui a incorporação da plataforma VIDA, voltada ao apoio ao diagnóstico por imagem por meio de inteligência artificial. A tecnologia identifica possíveis anomalias em exames, como tomografias e ressonâncias, e sinaliza automaticamente para os profissionais de saúde, otimizando o tempo de análise. A funcionalidade é descrita como um apoio ao trabalho dos radiologistas, especialmente em cenários com grande volume de exames.

Na gestão de dados clínicos, a MV mantém um sistema de prontuário eletrônico com certificação da Anvisa, o que permite o uso de IA para análise e projeção de cenários médicos. Segundo Magnus, o investimento em interoperabilidade segue sendo uma prioridade: “Nosso modelo organiza os dados clínicos por paciente, permitindo que, com autorização, os profissionais acessem informações consolidadas de diferentes instituições. Isso pode acelerar o diagnóstico e melhorar a continuidade do cuidado”.

Os executivos informaram que a integração das equipes foi concluída de forma imediata e que o modelo de negócios seguirá com cobrança proporcional ao uso das ferramentas, independentemente do porte da instituição. A proposta, segundo Zoghbi, é ampliar o alcance das soluções também no setor público e em regiões com menor acesso à tecnologia.

Questionados sobre os próximos passos, os executivos destacaram o papel crescente da inteligência artificial e da automação nos processos clínicos e administrativos. “A tendência é que os sistemas se tornem cada vez mais integrados à rotina dos profissionais e dos pacientes”, afirmou Zoghbi. Para Magnus, o avanço da saúde digital passa por soluções com usabilidade simples, capazes de estimular o engajamento sem depender de mediação técnica.