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Inovação digital sustentável: como fazer mais com menos

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A descarbonização é uma meta ambiciosa, mas possível. Ela pode ser alcançada com comprometimento e transformação digital, visando eficiência e economia de recursos.

Empenhar-se em medidas que reduzam a emissão de carbono na atmosfera é uma questão de urgência e comprometimento. Segundo relatório do Instituto de Pesquisa de Sustentabilidade da Schneider Electric, até 2030, será possível diminuir em 30% as emissões de carbono relacionadas à energia. Essa redução fica ainda mais imprescindível quando tomamos em conta cenários como os apresentados no PDE 2031 (Plano de Decenal de Expansão de Energia) da EPE, que projetam um crescimento do consumo de energia elétrica no Brasil de 41% em 2031, comparado com os valores verificados em 2021.

A transformação digital está intimamente ligada a esse refreamento. Segundo João Salgueiro, que lidera a área de Sustentabilidade da Schneider Electric, a relação entre transformação digital e sustentabilidade passa por uma questão de criar a capacidade de identificar e gerenciar a variabilidade. “O consumo de energia varia ao longo do tempo, atrelado a mudanças do volume/ritmo produção, a ocupação de edifícios, hospitais, capacidade de armazenagem e processamento de dados em data centers. Ferramentas digitais, como as que integram a Plataforma EcoStruxure, permitirão que seja possível coletar dados em tempo real e gerar informações relevantes sobre essas variações de consumo, para que possamos interagir e tomar ações, que vão desde a conscientização e mudança comportamental das pessoas até a modificação de ajustes e parâmetros dos sistemas de automação e controle, permitindo uso racional dos sistemas e máxima eficiência energética, sem deteriorar o bem-estar e conforto das pessoas, e a confiabilidade, segurança e produtividade de tais instalações”, conta João Salgueiro.

Os benefícios da digitalização na gestão de energia começam pela redução do consumo de energia , que fica entre 5% a 8%. Mas não param por aí. João Salgueiro lembra que essa modernização evita o desgaste prematuro e estende a vida útil de sistemas produtivos, minimiza interrupções não programadas de produção, permite reduzir os custos de aquisição de energia e priorizar os trabalhos de manutenção. “O principal ponto que norteia as ferramentas digitais é a busca incessante de um patamar elevado de performance, em que a eficiência e  sustentabilidade estejam totalmente integrados. Por exemplo, sobre ter uma visão clara do seu perfil de consumo, que permita  traçar uma estratégia de contratação de energia renovável competitiva, entender a performance energética de seus processos e o impacto dos materiais, entender por que uma equipe de operação de um complexo Industrial tem uma performance energética muito superior às demais. Esses dados dão empoderamento aos stakeholders, para que eles possam otimizar a performance energética e buscar a tão almejada neutralidade climática. Na Schneider, trabalhamos com um princípio muito simples: a gente gerencia aquilo que mede e otimiza aquilo que gerencia”, conclui Salgueiro.

Sem comprometer o meio ambiente

Uma das formas de ativismo da Schneider Electric no que tange às mudanças climáticas e a descarbonização é a criação de conteúdo relevante que possa ser um catalisador para tomada de ação pela sociedade. No mais recente estudo feito pela empresa,  chamado “Back to 2050” (“De volta para 2050”, em português), foi criado um modelo para acelerar o processo de descarbonização, com a combinação de tecnologias eficientes existentes e a digitalização.

“O papel das tecnologias digitais é justamente garantir que, por exemplo, você não tenha os sistemas de iluminação do escritório ativados em  momentos em que ele não está sendo ocupado, ou que possa controlar o nível de iluminação interna proporcionalmente à entrada de luz natural. Tudo isso feito de forma automática, sem depender do comportamento ou de uma decisão das pessoas”, explica o especialista.

A energia elétrica também vai ser cada vez mais fundamental para a sustentabilidade em outro aspecto: a substituição de processos dependentes de combustíveis fósseis, como a própria mobilidade, que está sendo gradualmente adaptada para esta nova realidade. Com isso, no entanto,  o consumo de energia aumentará, em um cenário onde não poderemos atender a esta demanda apenas com a expansão da geração. “Vamos precisar cada vez mais de gestão de energia e das redes inteligentes para obter o perfeito balanço entre a intermitência das energias renováveis e a integração local da armazenagem de energia, geração distribuída e resposta à demanda. É justamente essa combinação de tecnologias com a digitalização que tem a capacidade daquele grande boost de que a gente precisa para a descarbonização até 2030”.

Salgueiro reforça que a descarbonização começa pela eficiência: “Eu não posso simplesmente substituir o volume de energia que está sendo consumido por meio da rede de distribuição pela geração local de energia solar, por exemplo, sem antes otimizar essa instalação com a troca e/ou modernização de processos e equipamentos ineficientes. O mais racional é que a gente esgote nossos recursos e as possibilidades da gestão da demanda e/ou eficiência energética. Com isso, vamos investir em uma planta de geração otimizada com menor custo de operação e manutenção, colocando uma pressão menor nos recursos naturais necessários para a produção destes equipamentos. Só para se ter uma ideia, até 2050, teremos quase 80 milhões de toneladas de painéis solares que serão descartados, segundo a IRENA - Agência Internacional de Energia Renovável. Então, o segredo é agir com máxima celeridade, combinando eficiência energética, energias renováveis e a transformação digital, de forma integrada.”

Abraçar a causa

Quando uma empresa, de qualquer setor, tem a sustentabilidade como premissa, não basta que um único departamento volte seus olhos para o tema, todos devem se comprometer. “É claro que, para algumas pessoas ou departamentos, a sustentabilidade pode ter impactos de maior ou menor porte, mas todos têm sua relevância e essa contribuição é fundamental. Por isso, o ponto-chave é poder comunicar a questão da melhor forma possível. Criar o sentido de pertencimento é fundamental, e uma das ferramentas é atrelar estes objetivos à  remuneração da direção e colaboradores”, explica o especialista da Schneider Electric.