Dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) revelam que cerca de 20% das crianças e adolescentes entre dois e 19 anos apresentam níveis elevados de colesterol no sangue. Deste total, 8% têm altos valores de LDL, conhecido popularmente como colesterol “ruim”.
De acordo com a pediatra do Hospital Santa Luzia, em Brasília, Dra. Ilma Cunha Barros, nos últimos anos a incidência de colesterol alto em crianças vem aumentado consideravelmente. Além disso, elas são diagnosticadas com a doença cada vez mais cedo. “O desenvolvimento do colesterol alto inicia no período escolar, quando a criança se sente mais independente com alimentação e passa fazer suas próprias escolhas”, afirma. A pediatra ressalta que os hábitos alimentares devem ser moldados desde a infância. “Os pais devem ensinar seus filhos a comerem de forma saudável e equilibrada, além de incentivar a prática de atividades físicas”, alerta.
As consequências das altas taxas de colesterol no sangue se desenvolvem a longo prazo. Placas de gordura são formadas e com o passar do tempo são depositadas nas veias e artérias do corpo, aumentando os riscos de obstrução da passagem de sangue. A médica esclarece que crianças obesas e com histórico familiar de doenças cardíacas são mais propensas a desenvolverem patologias como diabetes e colesterol alto. “O aumento do sedentarismo e da alimentação ruim ajudam no surgimento destas doenças, mesmo que não haja propensão genética”, ressalta.
O tratamento do colesterol alto consiste na mudança de hábitos de vida, indicados e acompanhados por um especialista. A pediatra finaliza com um alerta aos pais. “Eles devem se conscientizar que uma alimentação errada provoca inúmeros riscos aos seus filhos. As consequências não são imediatas, o que significa que as crianças irão crescer com grandes chances de desenvolver precocemente doenças cardíacas, que são caraterísticas de idosos”.