A Semana Mundial de Aleitamento Materno – SMAM 2012 – comemora, neste ano, 20 anos de existência. Entre os dias 1 e 7 de agosto, a iniciativa bem-sucedida da Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno mais uma vez chama a atenção para a importância da proteção e apoio às mães que amamentam seus bebês. Aproveitando a data especial, o pediatra José Dias Rego, coordenador do Centro de Estudos do Prontobaby – Hospital da Criança e autor do livro “Aleitamento Materno: um Guia para pais e familiares”, ressalta a importância da prática e desmistifica algumas questões ligadas ao tema.
Bom para mãe e filho
O leite materno é o melhor para o bebê. Por isso, o aleitamento deve ser exclusivo até o sexto mês de vida. Algumas mulheres pensam que a criança sentirá sede se não beber água, o que não é verdade, uma vez que a amamentação dá ao bebê todos os nutrientes de que ele precisa, não sendo necessário nenhum outro alimento ou líquido (chás, sucos). Após os seis meses, a mãe pode diversificar a alimentação, mas deve continuar a amamentar até os dois anos ou mais. “Ao mamar, o bebê fica naturalmente protegido contra infecções como a pneumonia e a diarreia. Além disso, os riscos de que ele sofra com alergias, colesterol alto e obesidade no futuro também serão menores”, afirma o pediatra.
O mito do “leite fraco” precisa ser derrubado. “Isso não existe. O leite materno é bom e adequado para a criança sempre. Mesmo as mulheres mal nutridas, anêmicas ou cansadas têm plenas condições de produzir leite de boa qualidade para o desenvolvimento do bebê”, desmistifica o médico.
Para a mulher, a amamentação também é positiva, auxiliando no retorno ao peso anterior à gestação e reduzindo as chances de desenvolvimento de diabetes, câncer de mama e de ovário posteriormente. “A energia para produzir o leite ajuda a queimar calorias também”, explica Dias Rego.
Mamadeira e chupeta com moderação
Um dos principais benefícios do aleitamento materno é o forte vínculo afetivo estabelecido entre mãe e filho. O contato é fundamental. Sendo assim, a mamadeira deve ser evitada e substituída, quando necessário, por um copinho ou colher. Qualquer item que possa contribuir para a rejeição da mama, como é o caso da chupeta e da mamadeira, deve ser evitado. “Precisamos lembrar que eles também podem atrapalhar o desenvolvimento da fala e da dentição da criança” recorda o médico do Prontobaby.
Amamentação e estética feminina
Infelizmente, ainda existem mulheres que abandonam o aleitamento por questões estéticas. Flacidez e queda das mamas são frequentemente citadas como supostas consequências negativas de amamentar. “Isso é falso”, garante o pediatra. “Essas modificações são reflexos do aumento dos seios durante a gravidez, provocando o surgimento de pele excedente quando a mama volta ao seu tamanho normal”.
Também é mito o que alguns dizem sobre a incompatibilidade de implantes de silicone e amamentação. Desde que a introdução da prótese seja feita na periferia, na parte inferior da mama ou próxima da axila, não há impedimento para o aleitamento, uma vez que a anatomia da glândula mamária permanece inalterada. Só há problema quando a abertura é feita na área central, o que pode lesar a região da aréola e do mamilo.
“Mas atenção, a preocupação exagerada em emagrecer é prejudicial. Dietas muito restritivas interferem na alimentação saudável e na capacidade de amamentar da mulher”, ressalta Dias Rego. Não consumir bebidas alcoólicas e cigarro também é recomendável à mãe durante o período em que estiver amamentando.
Apoio integral
Estimular o aleitamento materno envolve criar uma rede de apoio do marido, família, amigos e colegas de trabalho à mulher. Segundo Dias Rego, a amamentação deve ser mantida quando a mãe retorna a trabalhar. “A profissional deve coletar o leite e acondicioná-lo em pequenas quantidades dentro de frascos de vidro, com boca larga e previamente esterilizados. Para isso, basta mantê-los por 20 minutos imersos em água fervente”, orienta o especialista do Prontobaby.
É importante lembrar que uma mulher não pode amamentar o filho de outra pessoa. Essa prática é proibida pelo Ministério da Saúde. No entanto, a doação de leite materno é ótima e deve ser valorizada. Nos bancos de leite, o alimento é corretamente pasteurizado, ficando isento de germes que poderiam ser transmitidos para outros bebês.