Lúcia Ramos é médica com especializações em Pediatria e Psicanálise, mestrado em Saúde da Família, professora de Saúde Pública da Universidade Estácio de Sá, plantonista da Emergência Pediátrica do hospital estadual Getúlio Vargas, médica reguladora da Central Municipal de vagas e há, aproximadamente, vinte anos inclui, entre todas essas atividades, a prática diária da meditação.

Começou a meditar na Siddha Yoga, a chamada “yoga da mente”, que visualiza a atenção e o relaxamento profundo como um “músculo” e a meditação como “um fortalecimento deste músculo”. A Siddha Yoga tem como um de seus fundadores o guru indiano Muktananda (1908-1982).

Interessou-se pelo tema, estudou e praticou meditação e, no início dos anos 2000, passou um mês em um mosteiro no estado de Nova Iorque, um Ashram, palavra sânscrita cujo significado é: local retirado em meio à natureza utilizado para fins espirituais.

Porém não é preciso toda essa parafernália para meditar. Basta que a pessoa reserve de dez a quinze minutos de seu dia em local de sua preferência, sente-se, feche os olhos, respire e desfrute dos benefícios que a prática pode proporcionar – alguns até imediatos.

Cada um de nós pode ser um meditador, e o que a Dra Lúcia pretende é divulgar a prática, desmistificá-la e dissociá-la da noção de que ela está necessariamente ligada a alguma religião ou corrente filosófica. O próprio Muktananda, a seu tempo, perguntava aos céticos: “Para respirar a pessoa precisa ter uma religião?” Se a resposta é “não” – e é – podemos todos dizer “sim” a prática laica de meditar.

São inúmeros os benefícios trazidos pela meditação: controle da ansiedade, diminuição da pressão arterial, da tensão pré-menstrual, melhora do sono, auxílio no controle de compulsões, bem estar geral e coadjuvante no tratamento de dores crônicas. Os efeitos fisiológicos observados estão relacionados a ampliação das ondas cerebrais alfa, relacionadas ao relaxamento, à diminuição dos níveis de cortisol, aldosterona, adrenalina e de noradrenalina relacionados ao estresse e ao aumento da endorfina e da serotonina associados ao bem estar.

O público-alvo de Lúcia é plural e tanto pode ser assistido em sessões individuais – com média de dois encontros de uma hora e meia cada – ou coletivas – em palestras corporativas de uma a duas horas de duração. Nichos específicos como, por exemplo, alunos de vestibular, são bem-vindos. Afinal, porque não meditar cinco minutos e esvaziar a mente do que não interessa antes de uma prova estressante?

Nesses tempos ávidos e velozes em que somos bombardeados por informações vindas de todos os lados, é fundamental nos lembrarmos que há estímulos internos silenciosamente aguardando para serem otimizados.