Com a mudança da estação, os casos de varicela, popularmente conhecida como catapora, podem aumentar. A doença – que pode ocorrer durante todo o ano, com a maior incidência no inverno e início da primavera – é altamente contagiosa, transmitida por contato ou via respiratória.

Segundo Maria da Glória Neiva, pediatra e diretora médica da Clínica da Primeira Idade, localizada na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, as crianças estão mais suscetíveis por causa da convivência em creches e escolas, entretanto, os adultos também podem contrair a doença em sua forma mais grave. “É comprovado um número maior de complicações decorrentes da catapora nos adultos, como casos de pneumonia, encefalite e infecção de pele, quando comparado com as crianças que contraem a doença”, afirma a médica.

Para evitar o contágio, Glória aponta a vacinação como a melhor forma de prevenção. A dose contra a catapora está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) e é indicada para crianças de até 15 meses que já tenham recebido a primeira dose da vacina tríplice viral. “Desde o mês passado, o Ministério da Saúde passou a oferecer gratuitamente a vacina contra a varicela incluída na tetra viral, que também protegerá contra sarampo, caxumba e rubéola. A imunização deve se feita em bebês de 15 a 23 meses e 29 dias.”

Embora a vacina seja a melhor forma de prevenção, pois protege das versões mais graves da doença, ela não é 100% eficaz. É importante lembrar que, se a criança vacinada pegar catapora, ela desenvolverá uma forma mais branda da doença.

Para prevenir a doença, alguns cuidados devem ser tomados: evitar espaços fechados com pouca circulação de ar e contato com pessoas contaminadas e manter as crianças em casa até que todas as lesões estejam em fase de crosta, o que leva, em média, dez dias. Porém, o tempo de cura pode variar. “A catapora pode contagiar outras crianças em um ou dois dias antes do surgimento da erupção ou até que todas as bolhas tenham secado. A recuperação completa ocorre entre sete e dez dias depois do aparecimento dos sintomas”, revela a pediatra.

De acordo com a especialista, os primeiros sintomas são febre, mal-estar, diminuição do apetite, dor de cabeça e cansaço. “Depois desses sinais, os pacientes apresentam vermelhidão cutânea característica com lesões de vários tipos, que normalmente surgem em grupos”, afirma Glória.

A pediatra finaliza orientando os pais para evitar a contaminação das lesões e, consequentemente, a complicação da doença. “É importante não permitir que a criança coce as feridas; é necessário cortar as unhas dos pequenos e mantê-las sempre limpas; é recomendado também usar roupas leves, mais frescas, para evitar o calor nas lesões; e muita atenção durante a recuperação: repouso e uma dieta saudável ajudam a fortalecer o organismo”, conclui Glória.