A expectativa pelas festas de juninas encontra seu ápice no mês de junho, quando elas finalmente entram na agenda. Escolas, igrejas e clubes repetem a tradicional e barulhenta programação. Da mesma forma, já são esperados acidentes e alterações decorrentes do contato com fogos de artifício.

Segundo estudo publicado na revista Laryngoscope, a média de som medida a três metros da explosão dos fogos é de 150dB. Essa intensidade pode ser comparada a de uma turbina de avião. De acordo com o otorrinolaringologista José Stênio Dias, da Rede de Hospitais Alvorada, o ouvido humano experimenta lesões auditivas já a partir da exposição continuada a 85dB. “Quando os ruídos atingem 120dB podem lesar a membrana do tímpano independente do tempo de exposição”, revela o especialista.

No caso das crianças e dos idosos expostos a barulho tão intenso, a atenção precisa ser redobrada, pois nem sempre eles informam os sintomas. “O fato é que a demora na busca por assistência médica pode ocasionar danos irreversíveis”, alerta Dr. José Stênio. Diante de alterações causadas pelo estampido dos fogos, o correto é se afastar do local e procurar um médico especialista o mais rápido possível: “O tratamento ágil e assertivo do trauma pode permitir a reversão da lesão”.

Não há um tempo limite para exposição ao barulho. Dr. José Stenio defende, contudo, que a cada duas horas o indivíduo procure um espaço tranquilo para 15 minutos de descanso. “Melhor mesmo é apreciar as explosões de longe, assegurando uma festa junina sem danos à saúde”, explica o médico.