Cerca de quinhentos pacientes de hospitais da Rede Pública de Saúde de todo País já receberam o implante do Entovis ProMRI®, um marcapasso de última geração, antes disponível apenas ao serviço privado. O Dispositivo Cardíaco Eletrônico Implantável Condicional para Ressonância Magnética foi redesenhado e aprimorado para permitir o acesso a este diagnóstico de alto padrão. A novidade foi apresentada no XIX Congresso Cearense de Cardiologia, nesta semana, em Fortaleza.

O SUS não cobre os custos deste produto diferenciado, mas a BIOTRONIK, a primeira empresa a disponibilizar a tecnologia no Brasil, estendeu o benefício aos usuários da rede pública. Assim, um paciente do SUS tem a disposição a mesma tecnologia que um paciente de convênio. Hospitais de cerca de 30 cidades, de diversos Estados, já realizaram implantes do novo equipamento.

Nos Estados Unidos, mais de 70% dos exames de ressonância magnética são realizados no cérebro, extremidades e espinha dorsal, exame contraindicado ao portador de um marcapasso comum. Estima-se que um exame de RM seja solicitado para 17% dos portadores de marcapassos no intervalo de 12 meses após o implante.

O cardiologista Otaviano da Silva Junior, que já realizou um implante do novo dispositivo, ressalta que esta inovação tecnológica é fundamental para a eficiência de vários tratamentos. O médico do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro explica que o marcapasso convencional apresenta riscos potenciais que contraindicam a realização da ressonância, como danos ao tecido cardíaco, deslocamento do eletrodo, falha no funcionamento do dispositivo com risco de desprogramação e desenvolvimento de arritmias.

Com esta estratégia a empresa quer mostrar a necessidade de investimentos em eletroterapia cardíaca no Brasil. No ano passado, foram implantadas pelo SUS 20.363 unidades de marcapassos, uma queda de 4% na comparação com 2011. Não há uma política pública especial para o atendimento dos pacientes que precisam do equipamento. O SUS não prevê uma verba específica para o implante, que se encontra na categoria de “Alta Complexidade”, cuja classificação engloba outros procedimentos. Cabe a cada município e hospital administrarem o valor encaminhado pelo governo federal, o que limita que os pacientes tenham acesso a estes dispositivos. Outro fator é o número reduzido de médicos especializados na área: esta é uma área carente de profissionais.

O valor médio do implante de um dispositivo corresponde ao custo de quatro dias de UTI na rede pública, segundo dados do Ministério Público de Contas do Distrito Federal. Se relacionarmos o custo do marcapasso com os anos que ele pode durar, o custo diário fica mais barato que uma aspirina. A taxa de implante de marcapasso no Brasil é de quatro a cinco vezes mais baixa do que em outros países, inclusive quando comparado com os países latinoamericanos.

“Pela ética e compromisso da BIOTRONIK com o mercado brasileiro, não poderíamos deixar também de oferecer aos pacientes do SUS um produto com tais benefícios, que possibilita diagnóstico fundamental para disciplinas como Oncologia, Ortopedia e Neurologia, principalmente”, afirma o diretor geral da BIOTRONIK no Brasil, Daniel Santos.