O Ministério da Saúde e a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) colocaram em prática ontem a quarta e última fase do acordo firmado em 2011, para garantir a redução do teor de sódio nos alimentos. O objetivo é que nos próximos quatro anos a quantidade do produto seja reduzida em até 68% em alguns laticínios, embutidos e refeições prontas.

Além disso, a mudança também é uma tentativa de diminuir o risco de doenças relacionadas ao consumo excessivo do sódio, como hipertensão, problemas renais e cardíacos. De acordo com Mauro Scharf, endocrinologista do Delboni Auriemo Medicina Diagnóstica, este excesso vem, principalmente, dos alimentos processados. “Eles contêm sal na forma do seu princípio ativo: o sódio”, explica o especialista.

Ao todo o acordo abrange 16 categorias de alimentos. Entre os que entraram na lista nesta última fase estão: o requeijão, o queijo mussarela, a sopa instantânea, empanados, hambúrguer, linguiça cozida em temperatura ambiente, linguiça cozida mantida sob refrigeração, linguiça frescal, salsichas, mortadela mantida sob refrigeração, mortadela mantida em temperatura ambiente e presuntaria.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) a ingestão diária recomendada é de até 5 gramas de sal, do qual o sódio faz parte. No Brasil são consumidos, em média, 12 gramas por dia.

Perigos do consumo excessivo de sódio

O consumo excessivo de sal é um dos principais causadores da hipertensão arterial, além de contribuir diretamente para o desenvolvimento de outras doenças crônicas não transmissíveis, como as cardiovasculares e renais.

O Dr. Scharf explica que a hipertensão arterial não é exclusividade dos adultos e que a alimentação é um fator que pode contribuir para a doença. “A escolha por alimentos saudáveis é uma prática que deveria começar na infância. Existem muitas crianças hipertensas, e para elas, os valores variam de idade para idade, sendo sempre mais baixos do que a referência nos adultos”, alerta o médico.

Para evitar o consumo excessivo do produto, uma dica do especialista é ler sempre o rótulo dos alimentos. “Procure escolher as versões com pouco sódio”, enfatiza Scharf. O médico também sugere o consumo de adoçantes como estévia, sucralose, frutose e aspartame, já que os mais comuns têm sódio. Para as comidas enlatadas, como milho e palmito em conserva, a dica é remover o excesso de sal deixando-as de molho em água fresca por uma hora.