Os pais, quando precisam levar seus filhos pequenos ao hospital, já pensam no possível drama que vão enfrentar. O ambiente hospitalar, frequentemente, é visto pela criança como um problema, afinal, muitas vezes a experiência vem acompanhada de dor, ansiedade e medo.

Para quebrar esse gelo e criar condições adequadas e receptivas às crianças, os hospitais mais conceituados encontraram na brinquedoteca uma saída. A importância do brincar no hospital está cada vez mais valorizada. Tanto que até uma Lei (nº 11.104, de 21 de março de 2005) foi criada para obrigar as unidades de saúde, que oferecem atendimento pediátrico em regime de internação, a adotarem o espaço para as crianças brincarem.

De acordo com a psicóloga, Vírgínia Bonon, assistente de entretenimento da brinquedoteca do Hospital e Maternidade MadreCor, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, a brincadeira é a maneira mais autêntica, por meio da qual a criança expressa e elabora suas vivências. “Por isso é muito importante que ela expresse os seus medos, fantasias e angústia, seja por meio de brinquedos ou do diálogo. As atividades lúdicas as permitem enfrentar desafios e problemas”, defende.

Diversidade no atendimento

Para atrair as crianças, os hospitais optam por construir um ambiente aconchegante e colorido que brinca com a imaginação dos pequenos. Bonecas, jogos educativos, carrinhos e até o vídeo-game ganham espaço.

Se a criança está internada e não pode sair do quarto para brincar, a brinquedoteca móvel vai até ela. “Aqui no MadreCor, por exemplo, temos uma rotina de horários para levar os brinquedos aos quartos. A nossa brinquedoteca móvel é equipada com vários brinquedos e conduzida por nossa assistente de entretenimento”, informa o coordenador do setor de hotelaria hospitalar, Ivanísio Gomes.

Mesmo se não for necessária a internação, no período de espera para serem atendidas no pronto-socorro ou no ambulatório, as crianças têm o seu espaço. No Hospital MadreCor, por exemplo, uma brinquedoteca foi montada anexa à sala de espera da Central de Imagens. No local, vários brinquedos estão disponíveis, inclusive um vídeo-game. “Nós acompanhamos as crianças em todo momento, aproveitando a oportunidade para interagirmos com elas. Assim, aliviamos a angústia provocada pelo ambiente hospitalar e damos apoio aos pais e acompanhantes”, explica Virgínia Bonon.

A psicóloga reforça ainda que, por meio da brinquedoteca, é possível realizar o auxílio psicológico aos pacientes e acompanhantes, o que contribui efetivamente na recuperação dos pequenos. “A brinquedoteca é uma forma lúdica de tratar a doença e o adoecer das crianças. Isso contribui bastante no tratamento clínico”, complementa Bonon.