Cerca de 5% da população cuiabana, maior de 18 anos, é diagnosticada com Diabetes, revela a pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), realizada pelo Ministério da Saúde. Alerta a esse número, o Cedic Cedilab promove no próximo sábado, 25 de agosto, das 8h30 às 11h30, um Encontro Científico para discutir os avanços do controle glicêmico do paciente diabético.

A palestra voltada à classe médica da região será ministrada pelo Dr. Mauro Scharf, endocrinologista e pediatra com especialização no International Diabetes Center, nos Estados Unidos, atual diretor do Departamento de Diabetes no Jovem da Sociedade Brasileira de Diabetes, e diretor-médico da DASA no Sul do Brasil. “É uma excelente oportunidade para debater o melhor tratamento da doença, que tem um comportamento epidêmico em todo o mundo, melhorando assim a prática no tratamento do Diabetes”, avalia Scharf. De acordo com o Ministério da Saúde, mundialmente, mais de 200 milhões de pessoas sofrem com a doença.

No encontro, o médico falará da importância do exame CGMS (Continuos Glucose Monitoring System), um aparelho de monitorização contínua de glicose, que permite a identificação das alterações dos níveis glicêmicos do paciente. “Este aparelho oferece ao especialista a oportunidade de compreender o comportamento glicêmico do diabético, possibilitando o ajuste das doses de insulina e medicamentos ou até mesmo modificar o horário de administração dos remédios”, explica o endocrinologista. Este aparelho é uma inovação para o tratamento de diabéticos, pois enquanto o paciente checa o nível de glicemia capilar cerca de quatro vezes ao dia, o CGMS tem capacidade para realizar 288 medições a cada 24 horas.

Para que esta monitorização seja possível, o médico implanta no tecido subcutâneo do paciente um sensor, que medirá a cada 10 segundos o nível de glicose na corrente sanguínea. O sensor armazena no CGMS a média das leituras glicêmicas realizadas em um intervalo de cinco minutos, o que possibilitará ao especialista detectar hipoglicemias assintomáticas. “O paciente ficará com o aparelho de três a sete dias, dependendo da necessidade. Após este período o médico avaliará o histórico dos níveis de glicose, podendo assim, identificar as oscilações irregulares, como, por exemplo, as hipoglicemias noturnas, das quais o diabético não tem conhecimento”, esclarece Scharf.

O CGMS pode ser feito em pacientes com Diabetes tipo 1 e 2 ou em pacientes não-diabéticos, desde que haja suspeita de alterações no equilíbrio da glicose. O teste é indicado ainda na avaliação de situações particulares como: níveis elevados de hemoglobina glicada (HbA1C), episódios de hiperglicemia e hipoglicemia com perda de consciência, avaliação de indivíduos submetidos à cirurgia bariátrica (para confirmação da suspeita da Síndrome de Dumping) e na verificação da existência de diabetes gestacional. “Este exame não modifica a rotina do paciente. Pelo contrário, ele deverá manter seu dia a dia normal, para que o médico possa identificar com precisão os horários, a alimentação e as atividades que estão desencadeando os picos glicêmicos”, finaliza Mauro Scharf.