Antes que o verão se instale no hemisfério sul, é bom conferir a descoberta feita por cientistas de Stanford, nos Estados Unidos: a radiação UV não só está intimamente ligada ao câncer de pele e ao envelhecimento precoce, como também danifica a função protetora do maior órgão do corpo humano.
Como resultado à exposição inadequada ao sol, a atividade de barreira exercida pela pele é afetada. “Com isso, ocorre maior predisposição a infecções e doenças decorrentes do ressecamento”, esclarece a dermatologista Cristiane Dal Magro, de Brasília.
A pesquisa comandada pelo Dr. Reinhold Dauskardt foi publicada recentemente no Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS). Curiosamente, a descoberta se deu com a observação dos efeitos da radiação UV sobre determinados materiais, em especial aqueles usados na confecção de painéis solares. Ao observar os danos, os cientistas decidiram avaliar os efeitos sobre amostras de epiderme e comprovaram o prejuízo.
Com as mudanças climáticas em âmbito global e o aumento da penetração do espectro solar sobre a superfície do planeta, é natural que as pessoas usem roupas cada vez mais leves, deixando a pela exposta. ”É nesse contexto que, novamente, o filtro solar mostra-se imprescindível. Na pesquisa, os cientistas verificaram que as amostras de pele protegidas pelo produto sofreram menos que as demais”, comenta Dra. Cristiane.
A médica, que é autora do Guia Skin Care – destinado a estrangeiros que vivem na capital federal, é taxativa: “Proteger a pele é palavra de ordem, mas em Brasília os cuidados devem ser redobrados devido à posição geográfica. O uso do filtro solar deve ser diário, com aplicações pela manhã e à tarde. Em caso de exposições mais intensas, reaplique a cada 2 horas”.
Embora se convencione que o filtro tenha Fator de Proteção Solar (FPS) mínimo de 15, a especialista alerta que o produto ideal é aquele prescrito pelo dermatologista, considerando a etnia, o estilo de vida, o histórico de saúde e eventuais casos de câncer de pele na família do paciente.