Um dos grandes avanços da detecção precoce do câncer de mama é a mamografia tomográfica – também chamada de tomossíntese ou mamografia 3D. Trata-se de um exame muito semelhante à mamografia convencional, realizado no mesmo tipo de mamógrafo, fazendo com que a mama permaneça comprimida por mais alguns segundos e fornecendo então as imagens tomográficas.
Estudos realizados pelo CDB Premium, em São Paulo, primeira clínica brasileira a investir na tecnologia, revelam aumento de 12% na detecção da doença em relação à mamografia digital. Na opinião de Aron Belfer, médico radiologista especialista no diagnóstico de câncer de mama e coordenador dos estudos, a grande vantagem dessa técnica é permitir enxergar o câncer numa fase muito precoce e em mamas densas e heterogêneas, que são difíceis para a mamografia convencional. Abaixo, o médico responde às cinco principais dúvidas sobre a mamografia tomográfica.
1- Como é realizada a mamografia tomográfica?
Aron Belfer – “Na mamografia tomográfica, ou tomossíntese, o equipamento é semelhante a um mamógrafo digital. Trata-se de uma tecnologia que adquire uma série de imagens bidimensionais (2D) da mama comprimida durante o deslocamento em arco do tubo de raios-x. Objetos que estão em diferentes alturas dentro da mama vão se projetar em lugares diferentes nas imagens obtidas nos diferentes ângulos. Com o auxílio do computador, é possível reconstruir imagens de toda a mama. Essas imagens representam fatias de um milímetro de espessura de toda a mama”.
2- Quais as vantagens?
Aron Belfer – “Um dos problemas mais comuns é a superposição de estruturas em planos diferentes da mama, criando imagens que podem simular lesões suspeitas. Na tomossíntese, cada imagem representa um plano de um milímetro da mama, eliminando a superposição dos tecidos. Com isso, há melhor definição das bordas das lesões (fator fundamental para a definição de seu aspecto benigno ou maligno), possibilitando obter melhor detecção de lesões sutis e fornecendo excelente localização espacial. Sendo assim, sabemos em qual plano a lesão é detectada”.
3- O método diminui o número de biópsias?
Aron Belfer – “Sim. Trata-se de um método que traz aumento de sensibilidade (maior detecção de câncer) e especificidade (menos falso-positivos). Como consequência, permite distinguir entre as imagens verdadeiramente suspeitas e aquelas provocadas apenas por superposição de estruturas normais, diminuindo o numero de biópsias. Nos casos em que as biópsias são evitadas, as pacientes são poupadas de procedimentos complexos. Além de aumentar a detecção do câncer da mama, a tomossíntese possibilita a detecção de tumores menores, fato que tem implicação direta na sobrevida das pacientes e na sua qualidade de vida. Vale ressaltar que tumores menores permitem o uso de cirurgias menos mutilantes e um menor custo no tratamento”.
4- A tomografia mamária aumenta a precisão do diagnóstico?
Aron Belfer – “Sim. Quando o exame é realizado de forma combinada (mamografia digital e tomossíntese), há um aumento de, em média, 12% na detecção do câncer da mama em comparação com a mamografia digital isolada. Mas, mesmo com toda a tecnologia disponível atualmente, é possível detectar cerca de 85% de todos os cânceres. Para atingir os 100% há que se melhorar muito”.
5- É difícil diagnosticar um câncer de mama?
Aron Belfer – “Sim. Como existem vários tipos de câncer de mama, ele pode se apresentar de diferentes formas. Alguns se apresentam como calcificação, outros como nódulos, outros infiltram o tecido normal de uma forma tão sorrateira que não podem ser distinguidos nem pela mamografia, nem por outros métodos, como, por exemplo, o ultrassom. Alguns nódulos malignos têm as mesmas características dos benignos nos exames de imagem. A velocidade de crescimento dos tumores também é outro fator. Os de crescimento rápido aparecem no intervalo entre as mamografias anuais. É importante ressaltar que os métodos de imagem têm o papel de ‘encontrar’ a lesão, muitas vezes podendo sugerir o seu caráter maligno ou benigno. Mas apenas a biópsia pode ‘diagnosticar’ o câncer”.
Fonte: Dr. Aron Belfer, médico radiologista do CDB Premium, em São Paulo – www.cdb.com.br