Assim como as mulheres, os homens também possuem um mês dedicado à atenção à sua saúde. O chamado Novembro Azul, que ocorre em vários países, aproveita o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata, celebrado em 17 de novembro, e traz à luz a importância da prevenção contra a doença. Em 2012, no Distrito Federal, a estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca) foi de 68,72 diagnósticos para cada 100 mil homens. Segundo dados da Secretaria de Saúde, no ano passado, a doença vitimou 128 homens na capital.

No Brasil, o Inca estimou para 2012 a incidência de 60 mil novos casos para o total da população masculina. “O câncer de próstata é o mais comum entre o sexo masculino, e ocorre em um a cada seis homens”, relata o especialista em uro-oncologia do Hospital Santa Lúcia Eduardo Ribeiro.

A instituição possui um centro especializado na doença, que está apto a realizar todo o procedimento que envolve a prevenção, diagnóstico e terapêutica. “Possuímos uma equipe multidisciplinar, composta por urologistas e oncologistas, além de todos os exames e tratamentos disponíveis hoje voltados para o câncer de próstata”, explica a chefe do Serviço de Oncologia do HSL, Patrícia Schorn.

Prevenção

Os homens que estão no grupo de maior risco para a doença, ou seja, aqueles da raça negra e os que têm histórico familiar de câncer de próstata, devem iniciar a prevenção a partir dos 40 anos e, os demais, a partir dos 50. O toque retal é o principal teste realizado, além do PSA (antígeno prostático específico, na sigla em inglês), que pode identificar o aumento de uma proteína produzida pela próstata, que seria um indício desse câncer.

Anatomicamente, a doença se localiza na porção de trás da próstata e, dessa forma, o nódulo precisa estar grande o suficiente até fechar o canal da uretra e o homem sentir os sintomas. Em fases mais avançadas, os principais são dificuldade de urinar, ou necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite, além de dor óssea, infecção generalizada e insuficiência renal. “Os sintomas só ocorrem em fases avançadas da doença. No início, o câncer de próstata não apresenta sinais. Daí a necessidade da prevenção”, frisa Eduardo Ribeiro.

Diagnóstico e tratamento

Em fase inicial, o câncer de próstata pode ser tratado de três formas: radioterapia, braquiterapia e prostatectomia. A radioterapia consiste na emissão de ondas de radiação que variam de 30 a 35 sessões, uma vez por dia, cinco dias por semana, de seis a sete semanas. Na braquiterapia, são inseridas, cirurgicamente, sementinhas de radiação dentro da próstata, em uma única aplicação. A prostatectomia, por sua vez, é um procedimento cirúrgico de retirada da próstata. “São tratamentos muito curtos, de alguns meses na vida do homem, e que conferem um percentual de cura de 90% dos casos”, enfatiza Patrícia Schorn. Essa importante estatística provém de estudos da National Comprehensive Cancer Network (NCCN), grupo americano que faz levantamentos epidemiológicos de câncer.

Quando a doença encontra-se em fase metastática, o tratamento consiste no uso de bloqueadores de hormônios masculinos. “Aplicamos injeções a cada três meses e, tanto o urologista quanto o oncologista, estão aptos a realizar este procedimento”, comenta Dr. Eduardo Ribeiro. Neste caso, não há limite para o período do tratamento.

“Quando detectada precocemente, o índice de cura é altíssimo, por isso, a importância da prevenção e do diagnóstico o quanto antes. Nesse sentido, os exames preventivos são os maiores aliados”, alerta Dra. Patrícia. Segundo ela, uma vez instalada e não diagnosticada, a doença se espalha e, nesses casos, não há cura. Só há paliativos para aumentar a qualidade e o tempo de sobrevida.