Os períodos festivos, como o Carnaval, são marcados por uma maior aceitação social do uso de álcool no País. Desta forma, aumentam os riscos do consumo excessivo, atrelado as diversas consequências negativas: sexo desprotegido e transmissão de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), acidentes de trânsito, violência, entre outros.

O Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), organização não governamental que se destaca como uma das principais fontes no País sobre o tema, esclarece alguns mitos e dúvidas frequentes sobre o consumo de álcool para que os foliões possam aproveitar o carnaval sem colocar em risco sua vida ou a de outros:

– Banho frio, beber café forte ou movimentar-se bastante não funcionam como antídoto para o consumo excessivo de álcool. Só há uma maneira de se restabelecer da embriaguez: esperar que o álcool seja eliminado normalmente pelo processo de metabolização realizado pelo fígado. O organismo demora, em média, de 1 a 3 horas para metabolizar uma dose de álcool. Uma dose-padrão de bebida alcoólica contém aproximadamente 10-14 g de álcool puro e corresponde, em média, a 350 ml de cerveja (1 lata ou 1 copo de chope), 150 ml de vinho (uma taça de vinho) ou 50 ml de destilado;

– Cerveja e vinho não são menos “perigosos” que os destilados. O tipo de bebida não é o fator mais importante para evitar a intoxicação aguda pelo álcool, mas sim como e quanto está consumindo (por exemplo, a quantidade e frequência do consumo, se a pessoa bebe durante as refeições, sozinho ou acompanhado);

– Mesmo em doses pequenas, o álcool pode causar problemas às crianças. Não é recomendado que menores de 18 anos bebam principalmente porque seu Sistema Nervoso Central (SNC) ainda está em desenvolvimento. Desta maneira, suas vias neuronais encontram-se suscetíveis aos danos causados pelo álcool, levando ao comprometimento de várias funções. Inclusive, o uso antes dos 15 anos de idade é ainda mais preocupante por ser um indicativo de maior risco para o desenvolvimento de abuso e dependência do álcool;

– Misturar diferentes tipos de bebidas alcoólicas, como cerveja, vinho e destilados, não leva a embriaguez mais rapidamente do que o consumo de apenas um tipo de bebida. O nível de álcool no sangue é que determina o nível de sobriedade ou intoxicação alcoólica do indivíduo; por isso, a quantidade de doses que a pessoa ingere é que vai determinar a quantidade de álcool em seu sangue.

Outros esclarecimentos também são importantes para evitar o consumo prejudicial de bebidas alcoólicas:

– A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabelece que não existe um nível absolutamente seguro para o consumo do álcool; no entanto, para se evitar problemas, o consumo aceitável é de até 2 doses/dia para homens e 1 dose/dia para mulheres. Os homens não devem ultrapassar o consumo de 3 doses diárias de álcool e as mulheres duas doses diárias, sendo que tanto homens quanto as mulheres não devem beber por pelo menos dois dias na semana;

– A OMS ainda esclarece que em algumas situações, bebidas alcoólicas não são recomendadas nem em pequenas quantidades. Dentre elas se encontram:

• Mulheres grávidas ou tentando engravidar;

• Pessoas que planejam dirigir ou que estão realizando tarefas que exijam alerta e atenção como a operação de uma máquina;

• Pessoas em uso de medicações cujos efeitos possam ser alterados pelo uso concomitante de bebidas alcoólicas;

• Pessoas em condições clínicas que podem ser agravadas por meio do uso do álcool, como a hipertensão e o diabetes;

• Alcoolistas em recuperação;

• Menores de 18 anos.

Para aproveitar a folia com responsabilidade e segurança, a principal recomendação do CISA é que as pessoas não se arrisquem: evitem abusos e não se esqueçam das consequências do uso indevido do álcool. Estas atitudes sem dúvidas proporcionarão um Carnaval mais seguro e alegria garantida!

Sobre o CISA

O Centro de Informações sobre Saúde e Álcool – CISA, organização não governamental criada em 2004 pelo psiquiatra e especialista em dependência química Dr. Arthur Guerra de Andrade, é, hoje, a maior fonte de informações no País sobre o binômio saúde e álcool. Por meio de seu website (www.cisa.org.br), a ONG disponibiliza um banco de dados que tem como base publicações científicas reconhecidas no cenário nacional e internacional, em dados oficiais (governamentais) e na informação de qualidade publicada em jornais e revistas destinados ao público geral, estudantes, profissionais de saúde, pesquisadores e empresas sobre o álcool e suas relações com o corpo, a mente e a sociedade.

O CISA acredita na importância do rigor ético e na transparência de suas ações no que diz respeito à obtenção e divulgação de conhecimento atualizado e imparcial na área de saúde e álcool e prontifica-se a colaborar com políticas públicas que abordem o tema de forma eficaz. Também está comprometido com o avanço do conhecimento nessa área e encoraja a adoção de medidas para prevenir o uso nocivo de álcool e suas consequências, por meio de parcerias e elaboração de materiais educativos e de prevenção.

Para mais informações, acesse o site www.cisa.org.br ou os perfis da organização nas mídias sociais: http://www.facebook.com/pages/CISA e no Twitter @CISA_oficial.